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Política de preços da Petrobrás será debatida em audiência pública na Câmara de Vereadores de Salvador amanhã (15) às 10h

Com o tema “Causas e consequências da alta dos combustíveis e gás de cozinha”, a  audiência pública, na Câmara de Vereadores, visa discutir os impactos da alta constante dos preços dos derivados de petróleo no bolso dos consumidores. O evento foi convocado pela vereadora Marta Rodrigues (PT), atendendo solicitação do Movimento A Bahia contra as Privatizações, que reúne movimentos populares, sindicais, partidos e parlamentares.

A audiência pública acontece pelo Zoom e será transmitido também no canal aberto TV Câmara (12.3) e pelas redes sociais www.facebook.com/tveradiocam

Participam da mesa, o ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrela; a Coordenadora Técnica Regional do Dieese, Ana Georgina Dias; o secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Adaedson Costa; o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Radiovaldo Costa e os integrantes do Movimento A Bahia contra as Privatizações, Marcos André dos Santos (AEPET-BA) e Orlando dos Santos (Sindae-BA).

O objetivo da audiência é mostrar o que está por trás dos constantes reajustes dos derivados de petróleo que só ocorrem porque a direção da Petrobrás e o governo federal insistem em atrelar os reajustes à valorização dos combustíveis no mercado internacional, PPI e mais custos de transporte e desembaraços que não são reais, uma vez que a maioria dos derivados de petróleo que precisamos são refinados aqui do petróleo produzido também aqui no Brasil.

A política de preço de paridade de importação (PPI), implementada pela empresa desde 2016, favorece a importação dos derivados produzidos por empresas estrangeiras, ao invés de serem fabricados aqui, em nossas refinarias, a um custo bem mais baixo. As refinarias estão processando o petróleo com capacidade muito aquém do que poderiam. “Não resta dúvida que essa política de preços é nociva à população e aos trabalhadores e coloca a Petrobrás como mera exportadora de petróleo, favorecendo sua privatização e a destruição do maior patrimônio brasileiro”, explica um dos integrantes do Movimento A Bahia contra as Privatizações, Marcos André dos Santos. Ele é também presidente do Núcleo Bahia da Associação dos Engenheiros da Petrobrás,

A alta dos combustíveis tem impactos na inflação e na desindustrialização da economia. O aumento do gás de cozinha causa empobrecimento da população e muitas famílias estão utilizando lenha e carvão para cozinhar. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2019, 91% das famílias fazem uso do gás de cozinha.

O produto já acumula alta de 18,2% nos últimos doze meses (até março), segundo o IPCA-15, medido pelo IBGE. Na cesta de produtos da Petrobrás, em 2021, acumula alta de 22,8%. O quilo do GLP passou a ser vendido a R$ 3,21 nas refinarias, fazendo com que o botijão de 13 kg custe R$ 41,68. Em janeiro, a Petrobrás cobrava o equivalente a R$ 33,96 por botijão.

O reflexo da alta do gás de cozinha foi sentido no item alimentação e bebidas, que aumentou 14,5% em doze meses, ou 2,2% em janeiro/março, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

No acumulado do ano, a empresa reajustou os preços da gasolina em 46,2% e o diesel em 41,6%.

Para evitar mais reajustes, as entidades de petroleiros, como a AEPET-BA, defendem o fim do PPI e uma política de preços justos nos combustíveis e gás de cozinha.


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