Os petroleiros baianos participaram da 42ª Marcha da Consciência Negra Zumbi e Dandara dos Palmares, no sábado (20/11), em Salvador, para protestar contra o processo de privatização da Petrobrás praticado por Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Integrantes do Fórum em Defesa da Petrobrás acompanharam a Marcha que saiu do Campo Grande, no início da tarde, até a Praça Castro Alves, onde foi montado um palco com apresentações musicais e culturais. Integram o Fórum: AEPET-BA, ASTAPE-BA, ABRASPET e Sindipetro-BA.
Durante o percurso, os petroleiros carregaram faixas e pirulitos com frases contra: Privatização das empresas públicas, da Petrobrás e os aumentos dos preços dos combustíveis e gás de cozinha.
A coalizão de entidades do movimento negro levou às ruas de Salvador a mensagem do povo preto pelo Fora Bolsonaro, Contra a Fome, o Desemprego e o Genocídio. Cartazes contra Bolsonaro, o racismo estrutural, o genocídio contra a juventude negra e as desigualdades sociais entre negros e brancos foram vistos na Marcha.
Centrais sindicais, sindicatos, parlamentares, movimento estudantil, MSTS, Universidades, movimentos sociais também participaram do evento.
Nos carros de som, a organização do evento lembrou a importância da data 20 de Novembro, um dia de afirmação da luta do povo negro e em homenagem aos guerreiros e guerreiras do Quilombo dos Palmares, polo de resistência negra à exploração escravocrata. Inspirados nas lutas de Zumbi e Dandara dos Palmares, o povo negro resiste e aglutina forças nas ruas para derrubar o governo de Bolsonaro que ataca os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
O presidente da AEPET-BA, Marcos André, lembrou da luta de resistência de Zumbi e Dandara. “Os petroleiros baianos trouxeram à 42ª Marcha o componente da luta pelo petróleo como forma de apropriar a toda a sociedade a defesa do patrimônio público que está sendo vilipendiado pelo governo Bolsonaro. Viva Zumbi e Dandara dos Palmares, todos contra o racismo”, afirmou ele.
Racismo nas escolas
Na Marcha, os manifestantes repudiaram os atos racistas e de censura nas escolas pública e particular, em Salvador, na semana da Consciência Negra. Na escola Vitória Régia, no Cabula, uma professora foi afastada por trabalhar em sala de aula com o livro Olhos D´ Água de Conceição Evaristo. A escritora aborda, no livro, sem meias palavras, os problemas enfrentados pela população afro-brasileira, a exemplo, da pobreza e violência urbana.
No Colégio Estadual Thales de Azevedo (CETA), que fica no bairro do Costa Azul, em Salvador, uma professora de Filosofia foi intimada pela Polícia depois que uma aluna prestou queixa na Delegacia de Repressão a Crimes contra Criança e o Adolescente, por não gostar do conteúdo dado em sala de aula.
No colégio Sartre, foram os estudantes que ofenderam um colega por ser negro, nos grupos de Whatsapp. O racismo estrutural deve ser combatido e denunciado. Manifestamos nossa solidariedade às professoras e ao estudante vítimas de racismo, devemos reforçar a nossa luta contra a intolerância que está tomando conta das nossas escolas.
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