Compartilhe

Causou muita indignação e revolta entre os petroleiros, o discurso do diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobrás, Rafael Chaves (mais um produto do aparelhamento bolsonarista no governo), na cerimônia de inauguração do Polo Gaslub, em Itaboraí (RJ), no dia 31/01. O executivo não concursado, que participou da cerimônia, subiu ao palco prometendo que não faria um discurso político. Ficou só na promessa. Chaves, fantasiado com o macacão dos petroleiros, deixou suas falas técnicas no bolso do terno que costuma usar em aparições públicas e preferiu partir para o ataque contra governos anteriores.

Além de Chaves, outros diretores da estatal, que comumente também usam terno e gravata, se fantasiaram de petroleiros no evento, na Gaslub para fazer jogo de cena e adular Bolsonaro.

Na solenidade, eles não usavam máscaras de proteção facial contra a Covid-19, em claro sinal de alinhamento à política negacionista de Jair Bolsonaro e  descumprimento das determinações internas de uso obrigatório de máscara para colaboradores e visitantes dentro das instalações da Petrobras.

Destaca-se que Chaves é responsável pelo setor de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) e como tal deveria dar exemplo de comportamento ético e seguro, na pandemia, usando máscara facial, no mínimo. Mas o descaso é tão grande com a força de trabalho, mesmo quando sabe-se que os casos de Covid-19 nas unidades da empresa, em especial, nas plataformas, dispararam assustadoramente. 

O discurso de Chaves, foi taxado pelos petroleiros de “falacioso, oportunista, mentiroso e irresponsável” e causou muita revolta, inclusive porque o diretor não é concursado da Petrobrás. Inclusive, um dos trechos mais polêmicos da fala do diretor foi quando mencionou que a atual gestão é formada somente por técnicos e concursados. Os petroleiros desmentem o executivo, porque ele mesmo foi alçado ao posto justamente por Bolsonaro em 2019 sem nunca ter feito concurso para trabalhar na empresa estatal e hoje ganha um salário mensal de R$ 150.000,00. Ou seja, como dizem os petroleiros,entrou pela janela.

Deve ser por isso que o executivo, oriundo da iniciativa privada, não se preocupou com atropelar o código de conduta  ética da Petrobrás que o impede de expressar opiniões pessoais de conteúdo político no exercício das funções de representação da Petrobrás, Ponto a ponto do que ele tratou no discurso foram desmentidos pelas entidades que representam os petroleiros. 

Chaves passou por cima de valores e princípios do código de ética e por isso não pode ficar impune. A AEPET-BA vai buscar todos os meios necessários para que a empresa aplique o código de conduta ética no diretor e, se for possível, seja afastado do cargo. São esses executivos não concursados que estão destruindo a Petrobrás, aprovando a venda dos ativos a preço vil( muito abaixo do valor de mercado). Eles seguem as ordens de Guedes/Bolsonaro que a todo custo querem privatizar a empresa.

Discurso falacioso

O diretor de Relacionamento Institucional da petroleira, Rafael Chaves, reafirmando sua posição de entreguista, afirmou durante o evento da Gaslub que, somente em 2021, houve um primeiro investimento relevante no refino brasileiro, fazendo referência à compra da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, pelo Fundo Mubadala. Uma negociata que está sendo contestada, porque a refinaria que valia quase US$ 4 bilhões, foi entregue por US$ 1,8 bilhões para um fundo de investimento dos Emirados Árabes, favorecendo a criação de um monopólio regional em que a Acelen, que administra a RLAM, dita os preços dos combustíveis. Os baianos estão pagando a gasolina mais cara do Brasil. 

Outro tema trazido por Chaves foram os preços dos combustíveis. Ele reclamou durante o evento que a empresa está sendo cobrada pelos preços dos derivados. Reconhecendo que os valores estão caros, o executivo justificou dizendo que o Brasil ainda precisa importar gás, diesel e gasolina. “Porque o Brasil não conseguiu atingir essa autossuficiência [no refino de petróleo]? [Foi] essa corrupção do passado, que afugentou todos os investidores privados do país”, declarou Chaves.

O executivo esqueceu de dizer que os preços altos de combustíveis no país devem-se à política de preços desempenhada pela Petrobrás desde 2016, quando o ex-presidente Michel Temer implementou o Preço de Paridade de Importação (PPI), que atrelou os combustíveis ao preço do petróleo internacional, ao dólar e aos custos de importação de derivados. Essa política seguida à risca por Bolsonaro provocou, além dos aumentos constantes dos combustíveis e gás de cozinha, disparada da inflação. 

A AEPET-BA manifesta seu repúdio às declarações do executivo da Petrobrás, que envergonha a empresa e nunca deveria vestir a farda dos petroleiros para destruir a imagem da empresa e envergonhar a categoria, a regra deve ser para todos e a não utilização do EPI (Equipamento de Proteção Individual) já é motivo para demissão por justa causa. O “gestor” Chaves deveria ter dado o exemplo, não o fez, então precisa voltar para a iniciativa privada e ver quanto tempo fica no cargo se falar mal da empresa que paga seu salário. 

(Com informações da Revista Fórum e Petronotícias)


Compartilhe