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Até agora a Petrobrás não se manifestou sobre a demora na divulgação do resultado da eleição dos representantes dos trabalhadores do Comitê Permanente de Gestão da Mudança (CPGM). A votação foi encerrada na sexta-feira passada (18/03) e após quatro dias nenhum comunicado foi divulgado sobre o resultado da eleição.

Os trabalhadores disputam seis vagas (titulares e suplentes) no Comitê. A diretora de Comunicação da AEPET-BA, Erika Rebello Grisi, e a associada Francine Moreira, participam do pleito apoiadas pela AEPET-BA.

Tão grave quanto isso é não saber a quem cobrar, já que a Petrobrás tratou o processo eleitoral do Comitê com indiferença e descaso desde o início. Apesar das cobranças dos trabalhadores, a empresa até agora não divulgou os nomes dos integrantes da Comissão Eleitoral; o sistema de votação foi questionável, assim como o calendário de inscrição de candidatos foi prorrogado sem justificativa. As falhas no processo eleitoral mostram o desinteresse da empresa no Comitê.

Ao contrário da empresa, a quantidade de trabalhadores inscritos nesta eleição – 138 candidatos – manifesta a importância do Comitê para a categoria. A questão é que muitos candidatos são de unidades que não estão em desinvestimentos, o que viola a cláusula 9ª do Acordo Judicial do Ministério Público da Bahia, que deu origem ao Comitê. Embora a Petrobrás tenha assinado o Acordo, em dezembro de 2019, os trabalhadores têm denunciado violações sistemáticas a várias cláusulas do documento desde então.

Uma delas é o descumprimento dos objetivos e composição do Comitê da Mudança. Dois integrantes do Comitê, lotados no prédio administrativo Torre Pituba, em Salvador, foram destituídos repentinamente para dar lugar a um Comitê Nacional com novos integrantes. Esse Comitê, formado atualmente por uma maioria de representantes de unidades que não estão em desinvestimentos, acumula denúncias devido à pífia atuação e a Petrobrás não dá sinais de resolver o problema.

Em reuniões com a AEPET-BA, os empregados do Torre Pituba, por exemplo, que foi hibernada pela empresa, acusam o Comitê de falhas na comunicação e demora em atender as demandas, quando são recebidas. Foram esses trabalhadores que se mobilizaram para denunciar a Petrobrás ao MPT-BA por assédio moral organizacional.

Em dezembro de 2019, a Petrobrás precisou assinar o Acordo Judicial, para se livrar da acusação. O acordo, além de criar o Comitê da Mudança, garantiu as situações de excepcionalidades para os empregados que comprovem problemas de saúde ou social e, por isso, impedidos de sair da Bahia. Entretanto, a empresa vem burlando o Acordo e liberando-os para deslocamento para outros estados, dividindo as famílias.

A AEPET-BA cobra da Petrobrás o resultado imediato da eleição do Comitê. Os petroleiros precisam conhecer seus representantes e se tiver algum indício de irregularidades na eleição seremos obrigados a encaminhar denúncia ao MPT-BA. Estamos de olho! 


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