O projeto privatista de Bolsonaro avança na Bahia. Comunicado divulgado pela empresa nesta quarta-feira (04), informa sobre a venda para o consórcio formado pela PetroReconcavi SA, 60%, e Eneva SA, 40%, que levaram por US$ 1, 4 bilhão, o Polo Bahia Terra, que inclui os últimos campos de produção terrestre localizados na Bacia do Reconcavo e Tucano. É o desmonte da UO-BA.
Bolsonaro acelera privatizações da Petrobrás e aponta para o fim de 67 anos de atividades na Bahia. É o fim do sonho de uma nação autossuficiente em energia, com a descoberta e exploração do petróleo na década de 1930.
A Petrobrás para de operar definitivamente os campos terrestres de petróleo e gás na Bahia, entregando às empresas privadas um negócio milionário, que durante décadas vem proporcionando lucro para a estatal e gerando emprego, renda e impostos para os municípios baianos de Esplanada, Entre Rios, Cardeal da Silva, Alagoinhas, Catu e São Sebastião do Passé, onde estão localizados estes campos.
Os prejuízos são enormes para a economia regional, na geração de impostos, emprego e renda, com a produção dos campos de Taquipe, Santiago, Buracica, Araçás e Fazenda Bálsamo; são cerca de 1.700 poços em operação, 19 estações coletoras, 12 pontos de coleta, estações de tratamento de óleo, 6 estações compressoras, 4 estações de tratamento e injeção de água, aproximadamente 980 km de gasodutos e oleodutos.
Esses campos têm produção média de cerca de 13,5 mil barris de óleo por dia e 660 mil m³/dia de gás (em janeiro e fevereiro de 2021), englobando os campos de Bálsamo, Araças, Buracica, Taquipe, Imbé, vários parques (estações de grande porte) e a Unidade de Produção de Gás Natural (UPGN) de Santiago.
É destruição total da empresa no estado, projeto privatista que foi iniciado com o arrendamento da Fábrica de Fertilizantes, FAFEN-BA, localizada no Polo de Camaçari, para a Proquigel. Depois foram vendidos os campos terrestres e marítimos localizados no Polo Rio Ventura, campos marítimos de Manati, as usinas termelétricas, a Petrobrás Biodiesel (PBio), TAG, Gaspetro.
E mais recentemente, a venda da Refinaria Landulpho Alves para o grupo Mubadala, administrado pela Acelen, que vem causando sérios prejuízos aos baianos com o encarecimento dos combustíveis e gás de cozinha.
Também acabou com o escritório regional do Norte/Nordeste com o fechamento do Torre Pituba, localizado no Itaigara, em Salvador.
A Bahia, que foi berço da exploração e produção de petróleo e gás do país, e que tem o primeiro poço comercial descoberto há 80 anos, o Candeias 1, vai reagir e lutar para ter de volta todos os ativos que foram vendidos.
A AEPET-BA repudia veementemente essa negociação do governo Bolsonaro. A Petrobrás, que tem longa história na Bahia, com mais de 80 anos de exploração e produção em território baiano, sendo 67 anos, desde a criação da empresa. Além disso, também lamentamos pelos prejuízos que a venda causará ao estado e aos municípios vizinhos ao Polo Terra Bahia. Mas, seguiremos na luta para acabar com essas entregas do governo Bolsonaro, e trazer de volta a Petrobrás para as mãos dos brasileiros.
Confira a nota na íntegra:
Fonte: Reprodução/Petrobrás