O governo Bolsonaro decidiu trocar novamente o comando da Petrobrás. Cai José Mauro Ferreira Coelho, que ficou na presidência da empresa por exatos 40 dias e entra Caio Mário Paes de Andrade, auxiliar de Paulo Guedes no Ministério da Economia, onde era secretário de Desburocratização.
O Conselho de Administração da Petrobrás ainda não aprovou a indicação do secretário especial de Guedes. Este é o quarto presidente da companhia, no atual governo; por onde já passaram Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e José Mauro Ferreira Coelho, todos demitidos por Bolsonaro em sua desesperada tentativa de desvencilhar seu nome das constantes altas nos preços dos combustíveis, em pleno ano eleitoral.
Esses gestores da empresa mantiveram o PPI – Preço de Paridade Internacional. Esse sim, o verdadeiro problema que provoca a disparada dos preços da gasolina, diesel, gás de cozinha e o aumento da inflação.
Na nota oficial, emitida pelo Ministério de Minas e Energia, afirma que Caio “reúne todas as qualificações necessárias para liderar a Companhia “, diz o texto. Isso não é verdade.
A Lei das estatais (nº 13.303) é claríssima em seu artigo 17, exigindo experiência na área de atuação da empresa. O indicado de Bolsonaro, Caio Mário Paes de Andrade, não atende às exigências para ocupar o cargo. As trapalhadas de Bolsonaro, nas constantes mudanças na presidência, prejudicam a imagem da empresa. “Isso causa instabilidade na gestão e insegurança na maior empresa da América Latina, que está sendo gerida de forma destrutiva como se fizesse parte de um plano orquestrado para destruir e depois vender”, afirma o presidente da AEPET-BA, Marcos André dos Santos.
Além da condução desastrosa na economia do país, Bolsonaro não muda a política de preços, que eleva os preços dos combustíveis e do gás de cozinha às alturas, multiplicando a inflação e prejudicando a população, principalmente, os mais pobres. Para piorar a situação, o desgoverno Bolsonaro/Guedes não consegue sequer indicar nomes qualificados para a presidência da Petrobrás.
Indicação de Andrade deve ser rejeitada
O auxiliar de Guedes, Caio Andrade, é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduado em administração e gestão pela Harvard University e mestre em administração de empresas pela Duke University. Ele não possui experiência comprovada de 10 anos no setor do petróleo e nem mesmo os 04 anos previstos na lei.
Por conta disso, esperamos que na sua avaliação, o Comitê de Pessoas da Petrobrás para cargos da alta administração rejeite o nome de Andrade porque a formação não é compatível e sua experiência no setor se resume a uma passagem pelo conselho de administração da estatal do pré-sal. E que seu nome sequer seja encaminhado ao Conselho de Administração.
Caio Mário Paes chegou a ser cotado para a presidência da Petrobrás, durante a troca que resultou na demissão de Silva e Luna, mas não foi indicado justamente por esse critério adotado pela comissão da estatal. Andrade inclusive chegou a se aproximar do senador Flávio Bolsonaro, filho de Bolsonaro, para tentar garantir a indicação.