Mais uma péssima notícia para a categoria petroleira. Nesta quarta-feira (25/05), a Petrobrás confirmou a venda da quarta refinaria em menos de um ano de ter privatizado a Refinaria Landulpho Alves, na Bahia.
Por US$ 34 milhões, a refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) e seus ativos logísticos associados, foi entregue para a empresa Grepar Participações Ltda. A refinaria localiza-se em Fortaleza (CE).
Já foram quatro refinarias negociadas até o momento, ou seja, metade dentro do pacote de oito ativos colocados à venda pela estatal no compromisso firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2019.
Além, da RLAM, em 2021 a Petrobrás fez um contrato para venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), para o Grupo Atem, por US$ 189,5 milhões; e fechou acordo com a F&M Resources, para alienação da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), por US$ 33 milhões.
A Lubnor é a única unidade no país a produzir lubrificantes naftênicos, e possui capacidade de processamento de 8 mil barris/dia. Além disso, é uma das líderes nacionais na produção de asfalto — principal produto da planta.
Sobre a empresa que comprou a refinaria cearense, trata-se da Grepar Participações Ltda., um veículo societário de propriedade conjunta das empresas Grecor Investimentos em Participações Societárias Ltda., Greca Distribuidora de Asfaltos Ltda. e Holding GV Participações S.A.
INEEP aponta venda da Lubnor abaixo do valor real
O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) indicou que a Petrobrás vendeu a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste por um preço muito abaixo do seu real valor de mercado.
O valor do negócio foi de US$ 34 milhões – o que representaria 55% do seu preço ideal, de acordo com o estudo realizado pelo Ineep. Para o instituto, a Lubnor está avaliada com um valor mínimo, pelas projeções cambiais mais elevadas deste ano, de US$ 62 milhões.
O estudo ainda aponta que a Lubnor tem um potencial importante de geração de caixa futura, indicando que a refinaria cearense pode estar sendo subvalorizada pela Petrobrás nesse momento de venda.
“O estudo se baseia em dois cenários-base, considerando um piso cambial de US$ 5,08 e um pico de US$ 5,70. Essa faixa foi adotada em função da alta volatilidade cambial da economia brasileira no cenário de negociação do ativo. A partir desses dois cenários, e baseando-se nesse piso e pico cambial, o estudo conclui que a refinaria pode valer de US$ 62 milhões a US$ 70 milhões”, destacou o Ineep.