Em meio às pressões nos bastidores, o presidente da Petrobrás, José Mauro Coelho pede demissão. Ele ficou 68 dias no cargo e será a quarta mudança em menos de dois anos. Segundo informações, ele teria tomado a decisão depois da ameaça de instalar a CPI da Petrobrás, no Congresso.
Coelho também solicitou dispensa do Conselho de Administração da companhia. A mudança acontece um mês após o executivo começar a ser pressionado pelo próprio governo, em desespero, perto das eleições, diante de mais um reajuste no preço dos combustíveis.
Relembre – Incompetência e trapalhadas marcam nomeações para a presidência da Petrobrás
Conforme já informado desde maio, o provável substituto será Caio Paes de Andrade, atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia. Porém, o nome indicado pelo governo esbarrou nos trâmites legais definidos pelo estatuto da companhia para a substituição.
Assim como José Mauro, Roberto Castello Branco e o general Joaquim Silva e Luna também deixaram o comando da Petrobrás diante pressão do próprio governo por conta da alta de preços dos combustíveis. Quantas trocas teremos até outubro? Façam suas apostas.
Bolsonaro pode trocar quantos presidentes ele quiser (um ato prejudicial à empresa), mas o que deveria ser mudado é a política de preços, que permanece desde 2016. A culpa é do PPI, que segue dolarizando os preços dos combustíveis, deixando os valores nas alturas!
Bolsonaro, Guedes e parceiros políticos do Centrão vêm arruinando a reputação da Petrobrás para obter apoio e facilitar a privatização, em vez de assumir a responsabilidade de mudar a política de preços. Foi o que fez Michel Temer, em 2016, quando criou o famigerado PPI. Para a população, o presidente finge que está indignado com os aumentos abusivos dos preços dos combustíveis e ameaça pressionar o Congresso a abrir a CPI da Petrobrás. O que ele deveria fazer, e não faz, é pressionar os seus indicados no Conselho de Administração da Petrobrás e acabar com o PPI, que está encarecendo os combustíveis, alimentos e aumentando a inflação.
Para o presidente da AEPET-BA, Marcos André, neste momento “a única solução para cobrar preços justos dos combustíveis e gás de cozinha é o fim do PPI. O resto é palhaçada eleitoreira de Bolsonaro e sua turma que busca colocar o povo contra a Petrobrás no desejo de privatizar de vez a empresa”
Comando Interino na Petrobrás
Logo depois do anúncio da saída de José Mauro, a Petrobrás comunicou o nome de Fernando Borges para presidir a companhia, de forma interina. Ele é o atual diretor executivo de Exploração e Produção da estatal.
Conforme nota oficial da Petrobrás, protocolado junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Borges ficará no comando até que assuma o novo presidente.
Fernando trabalha na Petrobrás há quase 40 anos. Ele possui passagens em diversas funções gerenciais na área de Exploração e Produção, incluindo a Gerência Executiva de Libra e a Gerência Executiva de Relacionamento Externo.
Entre 2016 e março de 2020, Borges também atuou como Diretor no Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e desde abril de 2016 exerce, por indicação da Petrobrás, a função de Diretor da Associação Brasileira de Empresas de Exploração e Produção de Petróleo e Gás (ABEP).
(Com informações do G1)