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Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,3% no trimestre encerrado em junho – menor patamar desde o segundo trimestre de 2015 (8,4%).

Porém, os dados do IBGE mostram a fragilidade desse “crescimento”: o número de trabalhadores informais acabou aumentando no mesmo período, estimado em 39,3 milhões, 1,1 milhão de pessoas a mais que no trimestre anterior – levando a taxa de informalidade a 40%.

Fazem parte desse grupo, os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares. Atualmente, o desemprego ainda atinge 10,1 milhões de brasileiros. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).

Na pesquisa também foram apontados outros dados não animadores, como os empregados sem carteira assinada no setor privado (13 milhões de pessoas, alta de 6,8%); e o número de trabalhadores por conta própria, somados formais e informais (25,7 milhões, alta de 1,7%).

Na Bahia, o índice de desempregados registrado no primeiro trimestre é o maior do país: 17,6%. Após a Bahia vem Pernambuco, com 17%, e Rio de Janeiro (14,9%). Além disso, 54,7% dos trabalhadores baianos estão na informalidade.

A situação foi agravada com a venda dos ativos da Petrobrás na Bahia. O desmonte se agravou no governo Bolsonaro. A FAFEN-BA foi arrendada pelo consórcio formado pelas empresas Proquigel e Unigel. Além das fábricas, o arrendamento inclui os terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu, na Bahia.

Foram vendidos também, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), os campos terrestres, as termelétricas e, hibernada a sede administrativa da empresa (Torre Pituba), culminando no fim de todas as atividades e os serviços que eram realizados pela estatal no estado.

Isso representa uma queda significativa no número de empregos na Bahia, sem contar a saída da Ford do Polo Industrial de Camaçari, em janeiro de 2021, quando a fabricante de automóveis encerrou as atividades da noite para o dia.

A Prefeitura de Camaçari calculou que, apenas em salários dos funcionários diretos e terceirizados da Ford, cerca de R$ 20 milhões deixaram de circular mensalmente na economia local. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2021, registraram 4, 6 mil vagas perdidas.

Os enormes prejuízos com a saída da Petrobrás da Bahia

De acordo com os dados do PNAD, do IBGE, utilizando a média anual dos trimestres de 2021, enquanto o estoque de trabalhadores no setor petrolífero no Brasil reduziu 2,4% em comparação com a média de 2020 (de 159.086 postos de trabalho em 2020 para 155.227 em 2021), no Estado da Bahia a queda foi de nada menos que 28,9% (de 25.877 em 2020 para 18.328 em 2021).

Ainda segundo a PNAD, enquanto os trabalhadores do setor de extração e respectivas atividades de apoio sofreram uma redução média nos seus rendimentos de aproximadamente 9,5%, na Bahia, a queda nos salários do setor de óleo e gás chegou a 22,9%, saindo de um patamar de renda média próximo a R$ 7.180,00 em 2020 para algo em torno de R$ 5.140,00 em 2021.

Ao comparar o estoque de empregos no setor de óleo e gás na Bahia ao programa de desinvestimentos da Petrobrás, é possível observar que no 3º trimestre de 2015 o setor empregava até 37.890 pessoas no Estado. Em 2021, o setor ocupa menos de 8.760 postos de trabalho na região, de acordo com os dados do terceiro trimestre da PNAD.

Desemprego, arrocho salarial, redução de direitos são alguns dos efeitos provocados pela gestão Bolsonarista na Petrobrás. Para os baianos, a situação é agravada depois da venda dos ativos no estado.

Neste momento de ataque aos direitos dos trabalhadores, é de vital importância fortalecer os espaços de lutas para garantir a unidade. A AEPET-BA e as demais entidades representativas dos petroleiros que integram o Fórum Permanente de Reconstrução da Petrobrás no Brasil e na Bahia apostam na unidade para reivindicar a retomada de todos os ativos vendidos na Bahia.

Confira também: Quais os impactos do fechamento da Petrobras na Bahia

Vamos à luta!


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