Empresa distribuiu comunicado, ameaçando impor ACT, a partir de 01 de setembro
Nesta segunda-feira (22), foram iniciadas as assembleias dos trabalhadores petroleiros que avaliam a terceira contraproposta do Acordo Coletivo de Trabalho da Petrobrás. A orientação das direções da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) é de rejeição da contraproposta por atacar direitos históricos da categoria e promover arrocho salarial.
Na Bahia, o Sindipetro-BA fará a assembleia, no sábado 27, às 9h, no Clube 2004, na Avenida Otávio Mangabeira, na praia de Armação.
A contraproposta da empresa foi rejeitada na mesa de negociação, no dia 17 de agosto, pelas federações. A Petrobrás vem agindo com má-fé negocial desde o início da campanha reivindicatória.
As gerências tentam empurrar goela abaixo da categoria um Acordo Coletivo de Trabalho rebaixado, que chancela demissões, retira direitos, ataca aposentados, pensionistas, trabalhadores da ativa e as organizações sindicais, além da manutenção das cláusulas lesivas como Banco de Horas.
Para pressionar os petroleiros, a empresa ameaça impor o ACT, a partir de 01 de setembro, mesmo com direitos rebaixados. O comunicado interno foi distribuído para os empregados nesta segunda-feira.
Já os empregados com diploma de nível superior e com salário mensal igual ou superior a duas vezes o teto do INSS (R$14.174,44) têm a possibilidade de assinar o Acordo Individual de Trabalho (AIT), que estará disponível a partir desta quinta-feira, 25/08.
O presidente da AEPET-BA, Marcos André, repudia a manobra da empresa para dividir os petroleiros e defende a rejeição da contraproposta do ACT.
“É necessário manifestar o nosso repúdio contra essa prática antissindical e de assédio moral organizacional da Petrobrás, na tentativa de intimidar os empregados. É inaceitável, ainda, que a empresa utilize as ferramentas de comunicação interna para ameaçar e chantagear os empregados de forma tão reiterada, nos últimos anos”, disse ele com indignação
Para ele, a Petrobrás deve ser denunciada à Justiça do Trabalho por chantagear e tentar interferir nas decisões dos empregados na campanha salarial. “Atualmente, esse comportamento autoritário, agressivo e assediador do RH é o espelho da atual gestão bolsonarista da empresa que é ‘tchutchuca’ com os acionistas e ‘tigrão’ com os empregados da ativa e aposentados”
Ele se refere à proposta de achatamento salarial, depois de distribuir mais de R$ 130 bilhões em dividendos aos acionistas, somente no primeiro semestre deste ano. Assim como os acionistas, os gerentes e diretores da empresa também são beneficiados com remunerações exorbitantes e privilégios garantidos às custas do cumprimento de metas de redução de investimentos, superexploração da categoria, precarização das condições de trabalho e lucros extraordinários obtidos com privatizações e preços abusivos dos combustíveis.
Por isso, os trabalhadores devem resistir e não cair nas armadilhas da empresa que tentam dividir a categoria. Marcos convoca os ativos, aposentados e pensionistas para que compareçam maciçamente à assembleia no sábado para rejeitar a contraproposta da empresa.
Aposentados excluídos da AMS
Os ataques da Petrobrás se centraram no plano de saúde AMS. Segundo a FUP, ao descumprir o limite de 13% de descontos e ignorar as propostas da categoria para garantir a sustentabilidade financeira e a qualidade da AMS, a gestão da Petrobrás continua impondo prejuízos inaceitáveis para os beneficiários, enquanto acumula ganhos de mais de R$ 8 bilhões com o passivo atuarial do plano de saúde.
Essa política cruel da empresa tem inviabilizado a AMS para milhares de aposentados, pensionistas e petroleiros da ativa, o que já gerou a expulsão de centenas de famílias do plano de saúde, como o próprio RH confirmou nas rodadas de negociação.
(Com informações da FUP e FNP)