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 Profissionais denunciam que as mudanças prejudicam os beneficiários do plano

Em Salvador, dentistas da rede credenciada da AMS Petrobrás (atual APS) se queixam da falta de orientação e informação sobre os novos códigos e novas regras que foram impostos para os procedimentos odontológicos cobertos pelo plano. As novas regras deverão entrar em vigor no dia 15 de novembro.

A gestão da AMS divulgou as mudanças em agosto, mas os dentistas estão enfrentando dificuldades para se adequar às novas regras. Muitos alegam que o plano conseguiu piorar o atendimento dos serviços oferecidos aos beneficiários.

Eles também enfrentam dificuldades para entender as alterações e não conseguem tirar dúvidas, apesar dos canais de comunicação existentes.

Dentre as mudanças está a criação da Lista de Procedimentos Odontológicos (LPO), que desagradou os profissionais conveniados. Inclusive, alguns procedimentos foram reajustados na nova tabela, com valores muito mais baixos. A tabela estava congelada desde 2019.

Não é apenas isso. Ao que tudo indica, a gestão da AMS criou situações para burlar o credenciado e o beneficiário, alterando códigos e nomes de procedimentos para reduzir valores, não obedecendo às questões legais. É o caso do procedimento de raspagem subgengival por segmento, que foi incluído no pacote prevenção de adulto, e, portanto, o valor da tabela deveria ter sido reduzido. Mas, o código anterior do procedimento apenas deixou de existir, sem diminuir os valores, o que torna a ação ilegal.

Outro problema é que a LPO limitou os procedimentos e amplificou a burocracia. É muita papelada a ser resolvida antes e depois dos atendimentos. A partir de 15 de novembro, quando começa a valer a Lista, os profissionais terão de encaminhar à AMS documentação de Autorização Prévia, de Auditoria Inicial e de Auditoria Final.

No caso de laudos, termos e relatórios, cuja documentação a ser apresentada deverão seguir várias observações.

A LPO também solicita que o profissional descreva a faixa etária e a especialidade, dentre outras questões, para cada procedimento. Apesar de limitar a idade para a pessoa com deficiência, não aponta qual é o limite.

Tem ainda os casos de emergência. Nas regras antigas, o dentista atendia pacientes nos casos de urgência, principalmente, crianças. Nas novas regras, se isso acontecer em um período de quatro meses, o plano não autoriza o atendimento com a mesma profissional.

Descredenciamento dos profissionais

Devido às mudanças, muitos dentistas estão optando pelo descredenciamento do convênio, o que irá prejudicar os beneficiários. E os credenciados terão de seguir as novas regras da AMS com perda da qualidade do serviço oferecido.

Com os novos procedimentos todo mundo vai sair perdendo: os beneficiários do plano, os pacientes e os profissionais. Na atualidade, os credenciados enfrentam vários problemas, como por exemplo, demora do pagamento da fatura, apesar de encaminhar toda a documentação. E devolução das glosas médicas sem justificativas, mesmo após liberação da AMS para realização do procedimento. A glosa médica trata-se do não pagamento dos serviços utilizados pelos beneficiários.

Na prática, a Petrobrás está adotando medidas para inviabilizar a AMS. Cobrando cada vez mais do beneficiário, reduzindo a remuneração dos profissionais, criando mais medidas burocráticas, reduzindo o número de credenciados. É preciso que os petroleiros cobrem uma atitude firme para solucionar essa situação.


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