O presidente da Petrobrás, Caio Paes de Andrade, vai compor a equipe do próximo governador eleito do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele assumirá a Secretaria de Gestão e Governo Digital.
O comunicado divulgado pela empresa, na terça-feira (06/12) diz que o executivo seguirá exercendo sua atual função nas próximas semanas e não participará da transição em São Paulo.
Segundo a nota, Paes de Andrade dará, na posição de presidente da petroleira, “exclusiva atenção à passagem de comando que ocorrerá na Companhia, colaborando em conjunto com os demais Diretores Executivos para uma transição profissional, transparente e aderente às boas regras de governança”.
Caio Paes de Andrade foi o 4º presidente da Petrobrás durante o governo Bolsonaro, assumindo em 28 de junho deste ano. Em campanha eleitoral, Bolsonaro acabou demitindo os antecessores de Andrade depois de sucessivos aumentos no preço dos combustíveis.
Essa dança de cadeiras acabou provocando instabilidade na Petrobrás. Por exemplo, José Mauro Coelho ficou no cargo por 1 mês e 9 dias. A renúncia veio 3 dias depois do reajuste de 5,18% para a gasolina e 14,26% para o diesel.
Aprovado pelo Conselho Deliberativo, Caio Paes de Andrade, próximo de Paulo Guedes, assumiu a gestão sob protestos dos petroleiros por esbarrar em pelo menos dois possíveis impeditivos para sua nomeação: a experiência profissional e a formação acadêmica.
Rosangela Buzanelli, representante dos petroleiros no Conselho da Petrobrás, votou contra a nomeação de Andrade.
“Além desses impeditivos, essa nomeação representa a continuidade do projeto de privatizações, de apequenamento da companhia e de uma visão financista de curto prazo que ameaça a sustentabilidade da Petrobrás a médio e longo prazos”, explicou a conselheira, em nota oficial.
Na Bahia, a AEPET-BA e Abraspet entraram com denúncia contra a eleição do novo presidente da companhia. O pedido foi feito no MPF – Ministério Público Federal, apontando os mesmos argumentos que o Ministério Público apresentou ao TCU em sua denúncia sobre a inelegibilidade do nomeado para assumir a Petrobrás.
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Formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, Caio Paes de Andrade é empreendedor com passagens pelos setores de tecnologia de informação, mercado imobiliário e agronegócio.
Posição da AEPET-BA
Para a AEPET-BA, Caio Paes de Andrade deixa o cargo para o qual nunca deveria ser nomeado. Quando assumiu a presidência da Petrobrás descumpriu frontalmente a lei das estatais e o estatuto da Petrobrás. Por claríssima falta de experiência, teve uma gestão medíocre marcada pela mera continuidade da venda a preço vil dos ativos da empresa – patrimônio do povo, extorsão da sociedade com a política do PPI e retirada de direitos dos trabalhadores. No final de mandato antecipa, para si mesmo e seus amigos, milionário PPP (bônus para a alta administração), enquanto os empregados recebem trocados.
A entidade espera que o próximo presidente da Petrobrás acabe imediatamente com as privatizações, a PPI e o PPP, mas, além disso, apure todas as infrações cometidas pela administração bolsonarista, adotando as providências legais e administrativas cabíveis.
Isso inclui a apuração dos crimes de lesa-pátria cometidos pelas últimas gestões, colocando o jurídico da Petrobrás para defender a Petrobrás e não as privatizações. O novo gestor deverá reestruturar e afastar da gestão todos os que assediaram os empregados e colaboraram indevidamente com o desmonte da empresa, determinar que todas as estruturas trabalhem para demonstrar os prejuízos causados com a venda dos ativos a preço abaixo dos valores de mercado e os erros procedimentais e atuar nos processo pelo cancelamento de todas as privatizações.
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