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Gerou muita insatisfação entre as entidades representativas dos petroleiros, incluindo a AEPET-BA, o anúncio de integrantes do novo Conselho de Administração (CA) da Petrobrás ligados ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG).

Pelo menos quatro dos sete membros da União, no CA, são indicações de Silveira são: Pietro Adamo Sampaio Mendes, presidente do CA; Carlos Eduardo Turchetto Santos; Vitor Eduardo de Almeida Saback; e Eugênio Tiago Chagas Cordeiro e Teixeira. Uma indicação é da ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

Segundo fontes, o processo de elaboração da lista foi alvo de conflitos entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e aliados do governo Lula. A vontade do ministro teria prevalecido com ameaças de perda de apoio do PSD e do União Brasil.

Além da ligação com o ministro Silveira, alguns nomes serão questionados porque apresentam conflitos de interesses, pois devem cumprir requisitos internos da empresa e da Lei das Estatais.

Os nomes indicados são:

. Pietro Adamo Sampaio Mendes (para presidência do conselho)

. Jean Paul Terra Prates (atual presidente da Petrobras)

. Carlos Eduardo Turchetto Santos

. Vitor Eduardo de Almeida Saback

. Eugênio Tiago Chagas Cordeiro e Teixeira

. Wagner Granja Victer

. Sergio Machado Rezende

. Suzana Kahn Ribeiro

O colegiado é formado por 11 membros. Duas vagas são reservadas a representantes dos acionistas minoritários e uma a representante dos trabalhadores, a conselheira Rosangela Buzanelli. Nas últimas eleições, o governo acabou perdendo vagas para minoritários.

CA para quem?

Era grande a expectativa em torno da composição do CA, mas acabou em frustração. Havia interesse que os novos integrantes tivessem representação do projeto de Petrobrás escolhido nas últimas eleições pelos brasileiros. Entretanto, são nomes que defendem interesses empresariais, com visão privatista e ultraliberais que deverão dificultar as propostas do governo de reconstrução da empresa.

Das decisões do CA dependem o futuro da Petrobrás e do país, tendo papel fundamental na revisão do plano estratégico, pôr fim a política de preços dos derivados de petróleo, aprovação de novos diretores executivos, e do congelamento e revisão dos processos de privatização, entre outras medidas.

O projeto do governo é reconstruir a gigante do petróleo, uma Petrobrás voltada para a energia, forte e integrada, a serviço do Brasil e dos brasileiros.

Veja quem são os nomes defendidos pelo MME

A Lei das Estatais exige experiência em empresas do mesmo setor de atuação ou de porte equivalente à empresa para a qual está sendo indicado, pesquisa ou docência no ramo de atuação da empresa, ou passagem pelo governo em cargo de confiança.

Há questionamentos se, como secretário de petróleo e gás do MME, cargo que ocupa atualmente, Pietro Mendes se enquadra na Lei das Estatais. Ele é funcionário de carreira da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e acumula função do Ministério. Foi secretário-adjunto do ex-ministro bolsonarista Adolfo Sachsida.

Eduardo Turchetto, empresário do setor de açúcar e álcool, responde a processo relacionado à destruição de floresta, com corte de árvores no bioma da Mata Atlântica, em Minas Gerais, “sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes ou contrariando normas legais de regulamentos pertinentes”, como escrito na ação.

Vitor Sabak, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), onde está hoje por indicação do senador de Bolsonaro Rogério Marinho, foi assessor especial de Paulo Guedes e articulador da reforma da Previdência. No governo Temer, trabalhou no Palácio do Planalto, como assessor de Relações Parlamentares, responsável pelas articulações com o Congresso.

Eugênio Teixeira foi sócio do vice-governador de Minas Gerais e ex-senador Cléssio Andrade – vacinado contra covid-19 gratuitamente e às escondidas, numa garagem -, na empresa Aurium Trading Importação e Exportação S/A.

Após as indicações, os nomes passarão por avaliação de comitê interno da Petrobrás que analisa currículos e eventuais vedações e conflitos. Além disso, serão submetidos à votação da Assembleia Geral Ordinária (AGO), que deverá ocorrer na segunda quinzena de abril.

(Com informações do Brasil 247)


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