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O novo indicado para o cargo de diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobrás, Sergio Caetano Leite, curtiu postagem do vereador Carlos Bolsonaro, retuitou mensagem de Jair Bolsonaro e ironizou a ex-presidente Dilma Rousseff no Twitter.

Ele também atacou Lula. Essas movimentações na rede social aconteceram em 2018. “As informações sobre essas postagens são antigas e estão totalmente descontextualizadas” e que “quem o conhece sabe de suas posições”, disse Leite à jornalista Bela Megale, colunista do jornal O Globo.

Em junho de 2018, Leite respondeu a uma publicação de Dilma no Twitter relativa ao pedido de demissão do então presidente da Petrobras, Pedro Parente: “Nossa como escreve bem essa Dilma!!! Será que é a mesma? Foi alfabetizada?” Leite confirmou a autoria do post, mas disse que sua intenção foi ser irônico, porque teria acreditado que aquele não era o perfil verdadeiro da petista.

— Eu usei de ironia e acreditando que esse perfil não é dela. Tinham várias pessoas publicando coisas da Dilma e eu estava achando que esse perfil não era dela — justificou.

Em outubro daquele ano, o administrador também comentou uma postagem do jornalista Ricardo Noblat, hoje do site “Metrópoles”, que dizia que “Luiz Inácio da Silva nasceu em Garanhuns (PE) no dia 27 de outubro, mas foi registrado como tendo nascido em 6 de outubro”. Ao compartilhar a publicação, Leite escreveu: “A falta com a verdade começou bem cedo … ou pau qua (sic) nasce torto…”. Sobre esse post, Leite disse que a crítica foi dirigida ao jornalista e não a Lula.

Um mês depois, o administrador compartilhou uma mensagem de Jair Bolsonaro sobre o programa “Mais Médicos”, criado no governo Dilma. Nela, Bolsonaro afirmava que a continuidade do programa foi condicionada à aplicação de teste de capacidade e envio integral dos salários aos profissionais e que Cuba não aceitou a proposta. No post, Jair Bolsonaro afirmou que a maior parte dos recursos era “destinado à ditadura”.

Em novembro de 2018, Leite curtiu uma postagem de Carlos Bolsonaro na qual o vereador afirmava que “grande parte da suja mídia” acha que irá afastá-lo do pai e que “não têm a mínima noção” de quem eles são.

No mês anterior, no dia do segundo turno da eleição, o administrador curtiu um post do cantor Lobão, pedindo votos para Jair Bolsonaro para presidente, João Doria para o governo de São Paulo e Wilson Witzel para o governo do Rio.

Em relação a esses três posts, Leite afirmou que provavelmente clicou nos mesmos por engano. Por telefone, disse que não é uma pessoa ativa na rede social e disse que “postaria mais elogiando” pessoas citadas, como Dilma e Lula, do que “o contrário”.

— Sou eleitor dos dois, votei em todas as oportunidades que tive na Dilma e no Lula. A chance de eu criticar o Lula e a Dilma e aderir a Bolsonaro é negativa — afirmou.

Sócio de Prates

A indicação de Leite para a diretoria financeira da Petrobras foi feita pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, em 17 de fevereiro. Ambos já foram sócios na Atma- Sociedade Gestora de Participações Sociais Ltda. A Atma tem além de Prates e Leite, mais sete sócios e atua em várias áreas. Uma delas, a Expetro – Consultoria em Recursos Naturais continua com o cadastro ativo.

De 2019 a janeiro de 2023, Leite atuou como subsecretário do Consórcio Nordeste. Sua indicação passará por análises de conformidade e integridade da companhia e encaminhada para a avaliação do comitê de pessoas e, depois, para a deliberação do conselho de administração da Petrobras.

Leite é mestre em economia e gestão, administrador de carteiras e fundos de investimentos certificados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), com experiência internacional na área de “investment banking” e fusões e aquisições no Brasil e no exterior. Atuou por mais de 15 anos no setor de petróleo como consultor financeiro e no mercado de capitais na gestão de fundos e administração fiduciária

A AEPET-BA manifesta sua preocupação com a indicação do novo diretor Sérgio Leite. As relações pessoais do presidente da Petrobrás não podem desvirtuar o projeto de reconstrução e posicionamento da Petrobrás como uma empresa de Estado, integrada de energia e com investimentos descentralizados.

Não cabe mais, na empresa, gestores com mentalidade reacionária e experiência ortodoxa na gestão de ativos financeiros que não combinam com a reconstrução de uma empresa de energia, socialmente e ambientalmente referenciada e que use seus ativos para o bem da sociedade brasileira.

O programa de governo do presidente Lula destacou a importância da Petrobrás para a reconstrução do país e a força de trabalho está empenhada em ajudar o governo. Por isso, nomes que defendem a privatização e interesses empresariais não podem ocupar cargos dentro da empresa.

Reconstruir a Petrobrás vai exigir muito trabalho, dedicação e afinidade de propósito.

Reconstruir a Petrobrás é Reconstruir o Brasil!

 


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