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O tema do Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (08/03) é “Sem Mulher Não Tem Democracia”.

O 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é uma data importante para refletir sobre a luta das mulheres por igualdade de direitos e oportunidades. Apesar dos avanços conquistados ao longo dos anos, ainda há muito a ser feito para garantir que as mulheres tenham voz e participação igualitária em todos os setores da sociedade.

Desde o direito ao voto até o acesso à educação e ao mercado de trabalho, as mulheres enfrentaram e ainda enfrentam barreiras que dificultam sua ascensão e realização plena como indivíduos.

Infelizmente, ser mulher não é nada fácil, principalmente no Brasil, onde a população feminina é quase 5 milhões a mais do que os homens. E mulher negra, ainda mais difícil. O levantamento do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) mostra que todas as formas de violência contra mulher pioraram no ano passado.

Quase três em cada 10 mulheres, equivalente a 28,9%, relataram ocorrência de algum tipo de violência ou agressão em 2022. Alta de 4,5 pontos percentuais em relação à 2021. O pior resultado da série histórica.

No mercado de trabalho, as trabalhadoras enfrentam desigualdade de salários e condições. No caso das petroleiras a situação é muito pior.

Num cenário majoritariamente masculino e machista, em que petroleiras representam apenas 17% do total de trabalhadores da Petrobrás, a luta delas é bem mais árdua. Dos 45.532 empregados, em 2021, uma redução de 7,2% em relação ao ano de 2020, apenas 7.692 eram mulheres.

São vários os desafios a serem superados dentro e fora da empresa, como o acúmulo de tarefas da tripla jornada, o aumento dos índices de violência e ataques aos direitos trabalhistas. Nas unidades operacionais, a situação é ainda mais complexa, principalmente, em função das pressões psicológicas e de produção.

A geofísica Rosângela Buzanelli, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da maior estatal brasileira, lembra como foi difícil o início de carreira.

Trabalhadora da companhia há 34 anos, Rosângela relembrou que foi “mal avaliada” pelos seus gestores quando, no início da carreira na Petrobrás, lutava por melhores condições de trabalho. “Eu era fiscal de equipe sísmica. Dormíamos no trailer ou barraca. Lutava por um banheiro feminino, por um quarto separado. Para dar mais privacidade para as mulheres e para os homens”.

A luta das mulheres na Bahia

Na Bahia, além da complexidade das relações de trabalho e pessoais, que foram fortemente impactadas pela pandemia da Covid-19, as trabalhadoras e trabalhadores petroleiros ainda enfrentam o desgaste psicológico causado pelas privatizações e fechamento de unidades.

A AEPET-BA acompanhou a situação de muitas trabalhadoras do setor administrativo do Conjunto Pituba, que adoeceram após a pressão dos gerentes durante o processo de transferências forçadas da Bahia para outros estados. Mas, muitas decidiram enfrentar a situação e entraram com ações na Justiça contra a empresa para ter garantido o direito de ficar no estado. Em 2019, o Acordo Judicial do Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) garantiu essa possibilidade para as situações de excepcionalidade.

Infelizmente, muitas outras trabalhadoras petroleiras tiveram de se deslocar para outros estados, em especial, no Rio de Janeiro, e agora estão fazendo a ponte aérea Rio-Bahia, provocando mais desgaste emocional e prejuízos financeiros. Isso sem falar dos problemas familiares e separação dos entes queridos.

Permanecer na Bahia tem sido uma luta incansável de muitas trabalhadoras e trabalhadores nos últimos anos. E uma luta da AEPET-BA também.

Essas trabalhadoras, apesar do esgotamento e dos problemas, mantêm acessa a chama da esperança com a nova gestão. A categoria espera que o atual presidente, Jean Paul Prates, atenda as reivindicações e autorize a reabertura do Conjunto Pituba. Além da suspensão das transferências.

Neste 8 de Março, a AEPET-BA presta homenagem às mulheres associadas da ativa e aposentadas. E todas as mulheres que integram a nossa categoria. Lembramos que na terça-feira, dia 14/03, às 13h, trabalhadoras e trabalhadores petroleiros vão participar de um ato em defesa da Petrobrás na Bahia. Durante o ato será lançada a campanha Reconstruir a Petrobrás é Reconstruir o Brasil.

Vista a camisa da campanha e junte-se a nós.


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