Em Salvador, no primeiro encontro com os trabalhadores petroleiros da ativa, aposentados e pensionistas o novo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, assegurou que a Petrobrás fica na Bahia. A reunião aconteceu neste domingo (12/03), no Espaço Lagoa, no CEPE Salvador, em Stella Maris. O encontro foi antecipado devido às alterações na programação da visita do presidente à Bahia.
Ele também se comprometeu a resolver os graves problemas dos equacionamentos da Petros, que estão atingindo, principalmente, os aposentados e pensionistas e das transferências imotivadas dos empregados da ativa que estão sendo deslocados da Bahia para outros estados. Prates disse que resolver as transferências é a “primeira prioridade do RH”, porque na sua gestão ele pretende priorizar as pessoas, ou seja, os empregados da empresa.
Outro compromisso assumido por Prates foi a reabertura da sede administrativa da Petrobrás, localizada no Conjunto Pituba, no Itaigara, em Salvador, afirmando que será utilizada como estação de trabalho e os empregados vão voltar a trabalhar no local.
O problema das transferências forçadas e o retorno do funcionamento do Conjunto Pituba foram reivindicações apresentadas pelo presidente da AEPET-BA, Marcos André e a diretora de Comunicação, Érika Rebello Grisi, nas suas intervenções. Marcos ainda declarou que a entidade tem conhecimento e informações técnicas sobre a cadeia produtiva do petróleo e energias renováveis que podem subsidiar a empresa na busca por mais investimentos e serviços.
Isso porque Prates apesar de reconhecer o pioneirismo da Bahia na indústria do petróleo e na cadeia produtiva, afirmou que será necessário investir em outras fontes de energia alternativas nessa transição da Petrobrás para ser uma empresa de energia. Mesmo assim, assegurou que o Polo Bahia Terra não será vendido e também que haverá investimentos para que o estaleiro São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe, volte a produzir.
Outro momento importante foi quando o presidente Prates “vestiu” a camisa da campanha da AEPET-BA e Abraspet “Reconstruir a Petrobrás é Reconstruir o Brasil”, lançada horas antes no ato público, no CEPE Salvador. O ato reuniu trabalhadores, organizações e se concentrou, a partir das 10h, na entrada principal do CEPE.
Em relação aos ativos vendidos, fechados ou arrendados, na Bahia, ele disse que fará o possível para que voltem a ser da Petrobrás e no caso da RLAM que concorda com as investigações sobre a venda da Refinaria pela metade do valor.
Carta da Bahia
Durante o encontro, Prates recebeu uma carta assinada por todas as entidades representativas dos trabalhadores, na Bahia, entre elas, a AEPET-BA. O documento reúne as propostas e reivindicações aprovadas pelos trabalhadores da ativa, aposentados, anistiados e pensionistas. Em nome da unidade da categoria, a AEPET-BA e a Abraspet concordaram em encaminhar um único documento a ser encaminhado ao presidente (leia o documento mais abaixo).
Outro grupo de aposentados também apresentaram um documento com suas reivindicações. Já o presidente do CEPE Salvador, Dejair Santana, anfitrião do encontro, apresentou uma carta, relatando os problemas dos Clubes dos Empregados da Petrobrás (CEPEs), nos últimos quatro anos, durante o governo Bolsonaro, que considerou “desastre total” para os trabalhadores. Especificamente, o CEPE Salvador e os demais clubes “de forma sorrateira foram colocados entre os ativos a serem descartados, recebendo ordem de despejo com prazo curto para a desocupação em rompimento abrupto, ostensivo e unilateral”
Estavam na mesa, além de Prates e Santana, o líder do PT na Assembleia Legislativa, deputado Rosemberg Pinto, o Coordenador Geral da FUP, Dayvid Bacellar, o coordenador do Sindipetro-BA, Jairo Batista, e a aposentada Lindomar Menezes.
Coube a Lindomar esclarecer ao presidente Prates a real situação financeira dos aposentados e pensionistas após os equacionamentos da Petros e os descontos abusivos da AMS que zeraram os contracheques. Segundo Lindomar, essa situação vem provocando aumento de suicídios entre os aposentados, desesperados por não poder honrar seus compromissos financeiros.
Por isso, solicitou o compromisso da nova gestão para resolver os problemas da categoria.
Veja a integra da carta dos petroleiros ao presidente Prates