Ex-presidenta Dilma Rousseff assume o grupo dos Brics
O Brasil e a China assinaram na quarta-feira (29/03) um acordo para o uso das moedas nacionais no comércio bilateral. Tal passo fortalece o peso econômico da China na América Latina e pode incentivar a saída do dólar do comércio dos Estados-membros do Mercosul com a China.
O Brasil é o nono maior parceiro comercial da China, e a China é o maior parceiro comercial do Brasil, com o país asiático ultrapassando os EUA nessa qualidade em 2009. As estatísticas da Administração Geral de Alfândegas da China mostram que o comércio bilateral atingiu US$ 171,49 bilhões (R$ 878,27 bilhões) em 2022, um aumento de 4,9% em relação a 2021. Enquanto isso, as exportações do Brasil para a China foram de US$ 89,43 bilhões (R$ 458,01 bilhões) em 2022, o que representa 26,8% do total de suas exportações. As informações são do Sputnik.
Devido à instabilidade do sistema financeiro dos EUA, e consequentemente do dólar, com suas flutuações na taxa de câmbio dessa moeda, Brasília e Pequim criarão uma câmara de compensação para facilitar os acordos e empréstimos em reais e yuans. Ela ajudará as empresas a tornar as transações mais fáceis e baratas, disse Chen Fengying, especialista em economia do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, em entrevista à Sputnik.
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Dilma preside Brics
A ex-presidenta Dilma Rousseff foi oficializada na sexta-feira, 24/03, para presidir o Novo Banco do Desenvolvimento (NDB), o chamado “banco dos Brics”. A instituição financeira foi criada em 2014 pelo grupo dos Brics, que reúne originalmente Brasil, Rússia, Índia e China.
À frente do NDB, Dilma terá como missão mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos Brics e em outras economias emergentes e países em desenvolvimento. No total, o Brasil já recebeu mais de US$ 5 bilhões do NBD desde sua fundação.
A China lidera esse ranking com mais de US$ 8 bilhões. Segundo um interlocutor da ex-presidenta, a indicação de Dilma para presidir o banco seria também uma forma de reaproximar o Brasil da China, já que Dilma mantém boas relações com o presidente chinês Xi Jinping, que já estava no poder durante seu mandato.
Nada mais justo também. Dilma foi grande incentivadora dos Brics, dois anos depois de ter criado o NDB ela sofreu o golpe, em 2016.