A Unigel, empresa que explora a produção de amônia, ureia e sulfato de amônia em Laranjeiras (SE), ameaça suspender os contratos de trabalho dos funcionários, a partir do dia 01 de junho, por 90 dias, quando deverá iniciar o “Lay Off”, em tradução livre, período de inatividade ou hibernação.
Em nota, a empresa informou que os altos custos para abastecimento do gás, que garante a produção, inviabilizam o funcionamento da fábrica. O grupo Unigel arrendou da Petrobrás e reativou as Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe (FAFEN/SE) e da Bahia (FAFEN/BA)
“A medida se faz necessária em função da discrepância entre o preço do gás natural, principal matéria-prima utilizada, e o preço dos produtos fabricados na Unigel Agro SE, fator que vem afetando diretamente a competitividade do negócio”, informou em nota.
O Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL-SE), informou que uma assembleia será realizada para debater a proposta.
Ao g1, o diretor do Sindipetro AL-SE, Pedro Messias Santos, explicou que para a Unigel o metro cúbico do gás natural está custando 15 dólares. Ele disse também que na proposta apresentada, a empresa funcionaria nos próximos três meses apenas com equipes de manutenção e segurança.
“Além de reduzir os contratos, eles também propõem a rescisão de contratos com terceirizadas, que cuidam da limpeza, por exemplo, para buscar empresas com custos menores”, detalhou.
Procurado pela AEPET-BA, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Química, Petroquímica, Plástica, Farmacêutica da Bahia (Sindiquímica-BA) informou que o momento, no estado, a direção da empresa não se pronunciou sobre suspensão de contratos ou hibernação, na FAFEN-BA. Mas tem falado sobre as dificuldades para manter a produção de fertilizantes nitrogenados, por conta do alto preço do gás.
Em novembro de 2019, a Petrobras fechou com a empresa Proquigel Química, empresa integrante do Grupo Unigel, contratos de arrendamentos das suas fábricas de fertilizantes na Bahia (Fafen-BA) e em Sergipe (Fafen-SE), no valor total de R$ 177 milhões para um período de 10 anos, prorrogáveis pelo mesmo período.
O Sindiquímica-BA defende que as fábricas de fertilizantes sejam reintegradas à Petrobrás, bastando a Unigel romper os contratos de arrendamentos.
A Unigel negocia com a Petrobrás uma redução do preço do gás natural. O diretor-executivo de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim, disse que a estatal fará de tudo dentro da responsabilidade financeira para atender o pleito da Unigel.
A empresa é referência no ramo químico do país, sendo os únicos produtores em atividade com capacidade instalada para fabricar e distribuir ureia em escala industrial no Brasil. Juntas, as fábricas de Laranjeiras e de Camaçari produzem até 1,15 milhões de toneladas de ureia e 925 mil toneladas de amônia por ano. O grupo Unigel arrendou as duas fábricas da Petrobrás pelo período de dez anos.
Para a AEPET-BA, é de extrema importância a retomada das FAFENs, da produção de nitrogênio verde e da BR Distribuidora. Defendemos a reversão das privatizações, sob alienação ou arrendamento, que, dia após dia, mostram seus efeitos nocivos à sociedade e prejudicam ainda mais a região Nordeste. Não renunciaremos a nada do que foi deixado para trás com as privatizações.
#ReconstruiraPetrobráséReconstuiroBrasil
(Com informações do g1)