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Os trabalhadores petroleiros repudiam as medidas adotadas pela gestão Castello Branco, que sob argumento da queda nos preços do petróleo provocada pela pandemia da Covid-19, acelerou o processo de hibernação (fechamento) de campos terrestres das Unidades de Operações localizadas na Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe.

As ações implementadas pela estatal prejudicam os trabalhadores e ameaçam as economias dos municípios do Norte e Nordeste, além de gerar mais desemprego.

Na Bahia, no dia 04/05, a estatal já deu início à hibernação do campo de Dom João Terra, em Candeias. Os próximos serão os campos de Pojuca e Água Grande, com previsão de dois meses para concluir essa primeira etapa. Além disso, no dia 23/04, foram fechadas quatro sondas administradas pelas empresas Braserv Petróleo e uma da Perbrás, o que teria provocado a demissão de cerca de 350 trabalhadores diretos e indiretos.  

Outros campos maduros que funcionam em Taquipe, Santiago e Miranga também estão na mira da Petrobrás. Além disso, o processo de hibernação (fechamento) acaba impactando a exploração e produção do petróleo, porque, mesmo que sejam fechadas algumas unidades, outras terão suas atividades inviabilizadas já que dividem custos logísticos, de infraestrutura e programas de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SMS).

Estima-se que com o fechamento das unidades da UO-BA, cerca de 5 mil trabalhadores, 900 diretos e 4 mil terceirizados sejam prejudicados. Os petroleiros deverão ser transferidos para outras unidades ou até mesmo para outros estados. Ou então, eles terão que optar por sair da empresa, aderindo ao Plano de Demissão Voluntária (PDV). Os terceirizados vão perder seus empregos.

A Petrobrás comunicou, ainda, a suspensão dos investimentos previstos para este ano nos campos terrestres localizados nas cidades de Araçás, Alagoinhas, Entre Rios, Esplanada, Cardeal da Silva e Mata de São João. Segundo informações, a atividade gera mais de 14 mil empregos indiretos nessas cidades

Atualmente, a UO-BA processa cerca de 32 mil barris de petróleo e gás natural por dia, um negócio de mais de R$ 2 bilhões por ano. Com a redução da atividade, a produção deverá cair para 20 mil barris. Além de gerar empregos, a atividade fomenta a arrecadação, principalmente de ISS e royalties, para os municípios onde funcionam os campos maduros.

Política de desinvestimentos

A política de desinvestimentos e privatização vem provocando muitos prejuízos econômicos e sociais para a Bahia, desde a gestão do presidente Bendine e os demais que o sucederam na função. A atual gestão Castello Branco aprofundou muito mais a crise no setor. A primeira unidade atingida com essa política entreguista foi a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN-BA), localizada no Polo de Camaçari, fechada em novembro do ano passado, provocando a demissão de 700 trabalhadores.

Em Salvador, o fechamento do prédio administrativo da Torre Pituba, no Itaigara, levou a um grupo de trabalhadores a acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT-BA). Os funcionários acusaram a Petrobrás de estar praticando assédio moral organizacional devido à pressão para aceitarem as transferências para outros estados.

A Petrobrás precisou assinar um acordo com o MPT-BA se comprometendo a aceitar regras para fazer as transferências dos funcionários. No fim, para pôr fim a ação, a empresa desembolsou R$ 50 milhões. Uma farra com o dinheiro público.

Os processos de privatização, com a venda dos ativos, continuam na Refinaria Landulpho Alves e Transpetro.

A política privatista e entreguista do governo federal e implementada pela direção da estatal vem sendo denunciada pela AEPET e seus núcleos estaduais, mas é necessário incluir nessa luta a sociedade brasileira. É necessário barrar o fechamento dos campos terrestres da UO-BA

Palavras-chave: campos terrestres, AEPET, UO-BA, privatização, direção da Petrobrás, unidades da Petrobrás na Bahia


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