Plano de desinvestimentos provoca desemprego e impactos negativos nos municípios baianos
Em meio à uma crise sanitária, a direção da Petrobrás continua, em ritmo acelerado, promovendo as ações para o plano de desinvestimento nas unidades da Bahia. Nesta segunda-feira (04), iniciou a etapa de divulgação de oportunidade (teaser) de venda da totalidade de sua participação no Campo de Manati, concessão de produção marítima de petróleo em águas rasas, que fica localizada na Bacia de Camamu, na costa do município de Cairu. A estatal é operadora do Campo de Manati com 35% de participação.
Segundo o comunicado da empresa ao mercado (fato relevante), a venda dos ativos “está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando a maximização de valor para os seus acionistas”. Pelo visto a meta da estatal é gerar retorno de curto prazo para os acionistas, metas financeiras, desmantelando e vendendo os ativos de Refinarias e outras unidades estratégicas para o desenvolvimento do país. Os estados do Norte e Nordeste são os mais atingidos com as diretrizes de desinvestimentos da estatal.
O plano prevê a suspensão dos investimentos da estatal em unidades localizadas em vários municípios baianos, a hibernação de campos terrestres da UO-BA e a privatização da Transpetro e Refinaria Landulpho Alves (RLAM), dentre outras ações. O impacto nos municípios baianos, onde a empresa está instalada, será sentido com a perda de royalties e ISS, além de promover o desemprego.
Campo fornece gás a Bahia e outros estados do Nordeste
Descoberto em 2000 e com a produção iniciada em 2007, Manati é um dos maiores campos de gás natural não associado em produção no Brasil, responsável por atender cerca de 20% da demanda, abastecendo a Bahia e outros estados do Nordeste. Em 2019, a produção média foi de 105 bpd de condensado e 1.269 mil m3/dia de gás, através da plataforma fixa PMNT-1, que envolve uma estrutura submarina composta por 6 poços produtores de gás.
Esses poços são interligados por linhas submarinas à plataforma PMNT-1, uma unidade fixa de produção instalada em uma profundidade de lâmina d’água de 35 m, situada a 10 km da costa, em Cairu. A partir dela, o gás flui por um gasoduto de 24 polegadas de diâmetro e 36 km de extensão até a Estação de Compressão (SCOMP), onde o gás é comprimido e percorre mais 89 km até a estação de processamento (EVF).
Após processado, o produto é vendido para a Petrobrás, que o utiliza para abastecer suas instalações (refinaria, termelétrica e fábrica de fertilizantes de nitrogênio), ou revendido à Bahiagás. Além de gás, o Campo de Manati também produz o condensado.
Outras empresas parceiras no campo de Manati são a Enauta Participações (45%), Geopark Brasil E&P de Petróleo e Gás (10%) e Brasoil Manati Exploração Petrolífera (10%).
A AEPET-BA é contrária a essa política entreguista adotada pelo governo federal e executada pela gestão Castello Branco. Nesse sentido, a Petrobrás age na contramão das grandes petrolíferas do mundo que estão mantendo seus portfólios, inclusive para não causar prejuízo por venda dos imobilizados, neste momento de baixa do preço internacional do petróleo.
Para minimizar os efeitos desastrosos na economia depois da Covid-19, precisamos continuar defendendo a Petrobrás como indutora do desenvolvimento socioeconômico do Brasil, gerando emprego e renda.
Convocamos a sociedade para que se integrem a luta dos petroleiros em defesa da Petrobrás 100% estatal, do monopólio estatal do petróleo, do regime de partilha. O petróleo é do povo brasileiro e a Petrobrás o maior patrimônio do Brasil.
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