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A morte de um colega da Refinaria Landulpho Alves, RLAM, em São Francisco do Conde, na manhã do dia 22/09, mobilizou as entidades dos petroleiros. Segundo informações, por volta das 9h50, o companheiro, que era coordenador da U-13, unidade da RLAM, se suicidou no local de trabalho, consternando os colegas que se encontravam na Refinaria. A Polícia Técnica foi chamada para fazer a perícia e investigar o caso.

A morte do coordenador, casado, dois filhos, que era considerado um excelente amigo e profissional, acendeu o alerta sobre a real situação dos trabalhadores da RLAM que estão passando por situações muitos difíceis. “A pressão em cima dos petroleiros está sendo muito grande, pior ainda com a ameaça de privatização da Refinaria. Todos esses fatores abalam nossos companheiros” relatou um trabalhador da base que não quis se identificar.

Entendemos que luto também é verbo (de lutar) e não podemos tratar o que está ocorrendo na Refinaria, ou em outras unidades da empresa, como se fosse uma situação corriqueira ou um problema particular.

Denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT) constatou a prática de assédio moral corporativo na Petrobrás. Junto com isso, vários estudos nacionais e internacionais apontam que o excesso de trabalho pode ser determinante para o adoecimento dos trabalhadores, esses fatores combinados podem levar ao suicídio. Aliás, suicídio é um assunto tabu nas empresas que têm uma gestão de RH com práticas de assédio moral corporativa, como é o caso da Petrobrás. Por isso, que, nós trabalhadores, devemos tratar a questão com muita seriedade e preocupação. O que está acontecendo com os nossos companheiros?

Os abusos nas relações de trabalho atingem de forma diferente os trabalhadores e não sabemos em que condição de sofrimento (ou mesmo depressão) se encontrava o nosso colega da RLAM para cometer tal desatino. Os depoimentos de quem convivia com ele diariamente evidenciam que se tratava de uma pessoa alegre, de bem com a vida e muito dedicado ao trabalho.

Uma dedicação que lhe custou a vida. A pressão dos gerentes em busca da produtividade, metas e excesso de trabalho em razão da diminuição do quadro de empregados é decorrente de uma política irresponsável de destruição da empresa. Muitos colegas não suportam, aderindo ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) para sair da Petrobrás.

Considerando o histórico da atual gestão da Petrobrás, que levou o MPT e o Judiciário a reconhecerem a prática de assédio moral organizacional nas instalações do Conjunto Pituba, podemos considerar que a situação é grave em todas as unidades.

A AEPET-BA conclama a união das entidades que representam os empregados ativos e aposentados para que desenvolvam uma campanha contra o assédio moral organizacional. Precisamos apontar as saídas para os problemas.

À família do companheiro nossos mais sinceros pêsames e solidariedade. Neste momento tão difícil, a AEPET-BA se coloca à disposição para ajudar no que for possível a essa família enlutada e aos companheiros da RLAM.


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