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Petroleiros baianos promoveram um protesto contra a privatização da Petrobrás, na manhã desta terça-feira (14/12), no marco das atividades que marcam os 80 anos de exploração comercial de petróleo e gás no Brasil, com a descoberta do poço Candeias 1 (C-1), em 1941. O ato reuniu trabalhadores da ativa, diretos e terceirizados da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), Transpetro e UO-BA, além de aposentados e anistiados, nas proximidades do C-1, no Trevo dos 50, na BA 522, em Candeias.

Participaram do movimento a Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Núcleo Bahia (AEPET-BA), Associação dos Aposentados e Pensionistas (ASTAPE-BA), Associação dos Anistiados da Petrobrás (Abraspet) e Sindipetro-BA, que integram o Fórum Baiano em Defesa da Petrobrás. O secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Adaedson Costa, e o diretor do sindicato dos petroleiros Litoral Paulista, Gilberto Campos Conceição, e o diretor da CUT, Leonardo Urpia, também estavam presentes.

Nos discursos, sindicalistas e diretores das associações ressaltaram a importância da descoberta do C-1 para o Brasil e a Bahia e de pioneiros como Oscar Cordeiro, Monteiro Lobato, Manoel Bastos e Pedro de Moura que defenderam o monopólio do petróleo contra a cobiça das multinacionais, muito antes da criação da Petrobrás em 1953. Foi feita uma homenagem aos aposentados que passaram pela empresa e lutaram por direitos trabalhistas que voltaram a ser atacados pela gestão Bolsonarista da Petrobrás.

A luta das mulheres petroleiras contra a destruição da empresa foi lembrada pela diretora do setor financeiro do Sindipetro-BA, Elizabete Sacramento, que ressaltou a necessidade de mudar o atual governo federal porque não só porque está destruindo a Petrobrás, mas todo o patrimônio brasileiro.

 

A atual gestão da Petrobrás foi bastante criticada pelo processo acelerado de destruição e privatização das unidades na Bahia. O Candeias 1, ainda ativo, em dezembro do ano passado, foi vendido para a empresa Ouro Preto Energia Onshore, subsidiária integral da 3R Petroleum. Com o C-1, foram vendidos outros 13 campos de petróleo e gás do recôncavo baiano. Recentemente, foi concluída a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) para o fundo árabe Mubadala Capital.

 

O presidente da AEPET-BA, Marcos André dos Santos, convocou a unidade da categoria para continuar lutando e resistindo contra a entrega do petróleo às multinacionais. Explicou os impactos do desmantelamento da Petrobrás para o país, o estado e para os próprios petroleiros da ativa, que agora ou aceitam deslocamento para outros estados ou, então, deixam a empresa. Inclusive, o desinvestimento veio junto com as práticas de assédio moral dos gerentes, adoecendo os trabalhadores do administrativo e do turno.

“Nós fazemos parte da história nestes 80 anos da indústria do petróleo, assim como nossos companheiros que lutaram antes de nós, os pioneiros, que a partir de 1941 construíram a indústria petrolífera através do Conselho Nacional do Petróleo e depois construíram Petrobrás, uma empresa a serviço do povo brasileiro, gerando riqueza, emprego e renda”, enfatizou Marcos.

Em relação às privatizações, Marcos defendeu a reestatização dos ativos vendidos pela Petrobrás com a possibilidade de um novo governo para “ter de volta o que foi privatizado”.

Assista aos depoimentos abaixo.

 


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