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A Acelen, que vende a gasolina mais cara do Brasil para a Bahia, comercializa o combustível a preços mais baixos aos vizinhos nordestinos. Já Bolsonaro repete o discurso de privatização da Petrobrás, mas não tem coragem para acabar com o PPI, que tanto prejudica a vida dos brasileiros

Não é de hoje que a população baiana vem sofrendo com as consequências de ter uma refinaria privatizada. Só em três meses de 2022 foram cinco reajustes aplicados pela Acelen, dona da Refinaria Mataripe, antiga Landulpho Alves (RLAM), fazendo com que a nossa gasolina seja a mais cara do Brasil, de acordo com as pesquisas da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Mas, para além disso, tem outros absurdos.

Na semana passada, quando foi anunciado o quinto aumento do ano no preço dos combustíveis, o Sindicombustíveis acionou a Acelen no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). O argumento do sindicato era que a Acelen vinha praticando, na Bahia, preços maiores do que os que ela própria praticava para venda a outros Estados, como Alagoas, Maranhão e até mesmo Amazonas.

E isso foi comprovado em um levantamento feito pelo portal Metro1, do grupo Metropole. Segundo informações, a empresa do fundo soberano árabe Mubadala, produz o combustível na Bahia e vende mais barato aos estados vizinhos, como Pernambuco, Alagoas e Maranhão. A diferença de preços chega a 10%, em média. Por exemplo: em Pernambuco, a gasolina da Acelen varia entre R$ 6,97 a R$ 7,09, já na Bahia o preço médio tem sido de R$ 8,77.

Outra coisa que não dá para entender é que a Acelen tem um custo para transportar esses combustíveis até os outros estados, obviamente, esse custo deveria ser maior em relação a distribuição dos produtos na Bahia (produtora). O preço médio da gasolina vendido pela empresa árabe é cerca de 5% maior do que o valor médio da gasolina vendida pela Petrobrás, mesmo já depois do aumento de 18% anunciado recentemente pela estatal.

A justificativa da Acelen foi de que a diferença ocorre por questões de “competitividade de cada um destes mercados”. Pois, nos outros estados a empresa do grupo Mubadala tem a concorrência direta com a Petrobrás, já na Bahia, o monopólio é somente da Refinaria controlada pelos árabes, tendo a liberdade para praticar o preço que bem entender e quem sofre é o consumidor final, pagando preços mais altos que o considerado normal.

Na Bahia, Bolsonaro defende privatização da Petrobrás

Na quarta-feira (16), Bolsonaro veio até a Bahia para tentar ganhar popularidade e votos em nosso estado – onde ele perdeu em 2018. Durante os comícios, Jair afirmou que, por ele, a Petrobrás “poderia ser privatizada hoje”. Na visão dele, a estatal “não colabora com nada”.

“Qualquer nova alta a gente vai, da nossa parte aqui, desencadear um processo para que esse reajuste não chegue na ponta da linha para o consumidor. É impagável o preço dos combustíveis no Brasil. E lamentavelmente a Petrobrás não colabora com nada”, declarou Bolsonaro.

“Muita gente me critica, como se eu tivesse poderes sobre a Petrobrás, não tenho poderes sobre a Petrobrás. Para mim, é uma empresa que poderia ser privatizada hoje, ficaria livre deste problema”, concluiu.

Bolsonaro segue vendendo e plantando mentiras em relação à Petrobrás. Ele afirma que a privatização é a solução para a estatal, porém, estamos sentindo na própria pele as consequências negativas do que é a privatização dessa gigante petrolífera brasileira. Para além desses problemas, tem a questão do PPI, que atrela o preço dos combustíveis ao dólar e Bolsonaro não tem coragem de acabar com essa mamata dos acionistas da empresa. Essa é a verdade!

Na verdade, Bolsonoro tem a prerrogativa de nomear sete dos 11 conselheiros do Conselho de Administração, que podem decidir por baixar o preço dos combustíveis, se quiserem. É omisso, não assume sua responsabilidade e quem paga é o povo brasileiro.

Pergunta que não quer calar, se Bolsonaro não é o responsável pelo preço dos combustíveis por que a ex-presidenta Dilma era?

 


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