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A Acelen, que administra a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), tem aumentado os custos dos combustíveis e do gás de cozinha na Bahia, a cada semana.

2022 não tem sido fácil para o bolso dos baianos. Desde a privatização da RLAM, a Acelen tem aumentado os preços dos combustíveis e do gás de cozinha na Bahia, a cada semana. No começo de fevereiro, o preço do gás de cozinha foi reajustado novamente entre 9,1% e 9,4%. De acordo com o Sindicato dos Revendedores de Gás, o valor repassado para o consumidor final será entre cinco e sete reais, com isso, o preço médio do botijão de 13 quilos, deve ficar entre R$ 105 e R$ 120.

Em setembro de 2020, um botijão custava em média, R$ 68 no estado. Em 2021, o valor chegou a R$ 105 em Salvador.

Gasolina mais cara do Brasil

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) informou que a Refinaria de Mataripe, antiga RLAM, já registra o recorde da gasolina mais cara do Brasil. O litro do combustível na unidade, que historicamente custava 2 centavos a menos do que o preço médio cobrado nas outras refinarias da Petrobrás, em 2022 está sendo vendido, em média, por 14 centavos a mais.

De acordo com petroleiros, a gasolina mais barata do país é comercializada pela Refinaria Potiguar Clara Camarão, do Rio Grande do Norte. Em pouco tempo de operação na Bahia, os preços da Acelen já são os mais elevados do país. Por conta disso, nos últimos 12 meses mais de 6.000 trabalhadores perderam os empregos.

Segundo Walter Tannus Freitaso, presidente do Sindicombustíveis Bahia, a tendência é ter mais demissões, principalmente nos postos de rodovias, que compram óleo diesel mais caro do país, já que em postos de estados vizinhos o ICMS é mais baixo. “Esses aumentos constantes da Acelen estão inviabilizando a economia baiana e penalizando o consumidor, que está sentindo o galopar dos preços, refletindo numa redução drástica do consumo”, afirmou ao portal Ibahia.

Nesta semana, a empresa privada do grupo Mubadala Investment Company, fundo soberano do governo de Abu Dhabi, anunciou mais um reajuste no preço da gasolina. É o quarto reajuste feito pela operadora em 2022, em menos de 40 dias. Desta vez, o valor aumentou em R$ 0,11. Esse caso é mais uma das consequências negativas que a privatização da Petrobrás traz para o Brasil.

Impactos da privatização

Recentemente, dados trazidos pelo economista do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (IBEPS), Eric Gil Dantas, mostrou os impactos da privatização das refinarias, gerando maiores preços. O que ocorre hoje na Bahia é o que ocorrerá com todas as outras refinarias que porventura sejam privatizadas. “A empresa compradora passará a cobrar preços ainda mais elevados do que já pagamos hoje”, disse o economista.

E acrescenta: “O discurso de que precisamos de mais concorrência para elevar investimentos e consequentemente baixar preços é uma completa mentira. Economicamente isso é impossível. Não há forma de uma refinaria que não seja de propriedade da Petrobrás cobrar preços mais baixos do que a estatal. Isto ocorre porque a estrutura de custos de uma empresa integrada (e a Petrobrás ainda o é, mesmo após a privatização da distribuição e revenda) abarca mais possibilidades de diminuição de preços”.

Leia aqui o estudo divulgado pelo economista

Devemos continuar lutando contra a privatização das refinarias e dos ativos da Petrobrás. Já há projeções de que o barril de petróleo chegue a US$ 100 até o ano que vem. O que vai acontecer com a população brasileira? Mesmo o país atolado de petróleo, um brasileiro comum sequer poderá encher o tanque do seu carro nem garantir o botijão de gás para a sua família ou que deva ser tomada medidas

A AEPET- BA está comprometida com a luta contra as privatizações e com a retomada dos bens do povo que foram vendidos na Bahia e no Brasil. A luta pela soberania nacional e necessidade de o Estado proteger a população brasileira contra as oscilações especulativas do “mercado de energia”. Energia é um bem social e não pode estar em descompasso com a capacidade de pagamento dos mais pobre nem inviabilizar as os investimentos produtivos.

PRIVATIZAR FAZ MAL AO BRASIL


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