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Audiência pública, na Assembleia Legislativa da Bahia, na manhã desta quarta-feira, 15 de dezembro, reuniu lideranças de entidades que defendem a Petrobrás, para marcar os 80 anos da exploração comercial de petróleo no Brasil.

O evento foi realizado através do gabinete do deputado Hilton Coelho (PSOL), com o tema “80 Anos de Exploração de Petróleo no Brasil – do Candeias 1 ao Pré-sal e Política de Preços dos Combustíveis”. A audiência integrou a semana comemorativa da descoberta do poço Candeias 1, que é o embrião da Petrobrás, que vem sendo organizada pelo Fórum Baiano em Defesa da Petrobrás.

Logo na abertura, o deputado Hilton Coelho destacou a importância da Petrobrás para a soberania do País, condenando o que ele chamou de “contexto de pilhagem” por que passa o Brasil com o atual governo federal. Em seguida, o geólogo aposentado da Petrobrás, Christovam Sanches, fez um breve histórico sobre a exploração do petróleo no Brasil.

Análises referenciadas

Participando remotamente, pela internet, o ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, geólogo diretamente envolvido no processo de descoberta do Pré-Sal, resgatou um pouco da história da criação da Petrobrás (1953), com a campanha “o Petróleo é Nosso”. Estrella destacou, ainda, a capacidade de extração em águas profundas da empresa brasileira que é referência internacional, mostrando a importância que tem uma empresa estatal na matriz energética do país. Disse, também, que “na indústria do petróleo quase não há competição, porque quando ocorrem grandes disputas, entram em campo os exércitos”.

Ao economista Eric Gil Dantas, terceiro orador da audiência, coube fazer uma abordagem sobre a política de preços dos derivados no Brasil. Dantas explicou que o atual modelo adotado pela direção da Petrobrás focado na paridade com o preço internacional, em dólar (PPI) é parte de uma estratégia de quatro pilares que tem por objetivo desmontar a companhia. Ela se soma à venda de ativos da empresa e as privatizações das demais empresas do setor petróleo. A Petrobrás produz 80% de todos os derivados que são consumidos no país, isso define a autosuficiência do Brasil e, portanto, o PPI é danoso ao país e ao povo brasileiro.

Mobilização urgente

Presentes à audiência, lideranças de entidades que estão na linha de frente de defesa da Petrobrás também se pronunciaram, destacando a necessária e urgente mobilização da população brasileira em defesa da soberania nacional e do patrimônio público. Todos unânimes em condenar a política de desmonte, lesa-pátria, que está em curso com o governo Bolsonaro.

Entre os apelos registrados pelos oradores, destacou-se a expectativa de que a Assembleia Legislativa crie uma Comissão Parlamentar Especial para apurar a dimensão do desmonte da Petrobrás na Bahia e seu impacto para o estado. A saída quase que completa da Petrobrás da Bahia impacta na geração de empregos e na distribuição de renda de forma brutal.

Com a venda da RLAM para o fundo árabe Mubadala Capital, não apenas o abastecimento passa a ser controlado por interesses privados, mas a definição dos preços também. Os efeitos se fazem sentir de imediato. Uma nota publicada pelo Sindicombustíveis, no mesmo dia da audiência, já anunciou que a redução de 3,13% no preço da gasolina, anunciado pela Petrobrás, não será aplicado pela Acelen, empresa que agora é gestora da refinaria.

Presentes à audiência também a presidente da Comissão Especial da Promoção da Igualdade, deputada Fátima Nunes (PT), o deputado Bira Coroa (PT); a vice-prefeita de Candeias, Marivalda Silva; o presidente da Astape-BA, Mário Eugênio da Silva; o presidente da Abraspet, Raimundo Lopes; o presidente do Cepe-Salvador, Dejair Santana; o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar; o secretário-geral da FNP, Adaedson Costa; o diretor de comunicação do Sindipetro-BA, Radiovaldo Costa e, representando a Aepet-BA, seu presidente Marcos André e o vice-presidente Flávio Fontes.

(Com informações da Assessoria de Imprensa – Abraspet)

 

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Fotografia: Marcos Musse

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