O presidente da Petrobrás, general Joaquim Silva e Luna, foi sabatinado no plenário da Câmara dos Deputados, na terça-feira (14/09). Silva e Luna falou na Comissão Geral da Casa. Questionado sobre a política de preços de combustíveis da Petrobrás, ele voltou a culpar o ICMS pelo alto preço dos combustíveis.
Deputados de diversos partidos, do governo e da oposição, cobraram mudanças na política de preços de combustíveis da Petrobras, que desde 2016 acompanha a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional e do dólar. A chamada política de paridade internacional (PPI).
Inclusive, a manutenção do PPI está sendo questionada por governadores de 12 estados do país e do Distrito Federal, em uma Ação Civil Pública onde a Petrobrás é acusada por propaganda enganosa com uma campanha em que tenta se eximir da responsabilidade pelo preço alto dos combustíveis.
Silva e Luna também recebeu críticas do Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que aproveitou para observar que os reajustes dos preços dos combustíveis feitos pela Petrobrás acontecem de forma acelerada. A declaração foi feita em evento do banco BTG, na terça-feira,14, ao ser questionado sobre a pressão da inflação na política monetária. Ao admitir que preços como o da gasolina sofrem impacto da alta do dólar, o presidente do BC criticou a Petrobrás por repassar esses custos com mais frequência e “muito mais rápido do que a grande parte dos outros países”.
De acordo com o IBGE, a gasolina acumula alta de preço de 31,1% entre janeiro e agosto, contra uma inflação geral de 5,7% (IPCA). O diesel e gás de cozinha (GLP) também concentram altas (28% e 23,8%, respectivamente).
Durante o debate com os deputados, o presidente da Petrobrás não chegou a fazer uma defesa direta da política de paridade internacional, mas afirmou que as regras atuais permitiram que estatal recuperasse o lucro, que foi de R$ 42,8 bilhões no 2° trimestre de 2021, contra prejuízo de R$ 2,7 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.
Salário de R$ 260 mil
O presidente da Petrobrás, Silva e Luna, foi também questionado, na audiência, sobre o salário de mais de R$ 220 mil que recebe e que foi objeto de crítica da Revista Sociedade Militar, em artigo publicado na última sexta-feira (10/09) com chamada “Meritocracia! – General (com salário de 200 mil/mês) não é capaz de conduzir PETROBRÁS a impedir altas nos preços do gás de cozinha e gasolina, popularidade do governo despenca”. Além desse valor o militar recebe ainda o salário de Marechal da reserva que em situações normais passa de 20 mil reais.
A Revista repercutiu, negativamente, a informação da Folha de S. Paulo de que o general Silva e Luna acumula um salário bruto de R$ 260.400,00 mensais
Com este valor, Silva e Luna poderia comprar 37.200 litros de gasolina (R$7,00 o litro) ou 2.640 botijões de gás (R$ 100,00 o botijão de 13kg)
Assista a íntegra da Comissão Geral
(Com informações da AEPET e da FUP)
