Petrobrás admite disparada de casos de Covid. Foram 725 casos confirmados de contaminados pelo vírus, até quinta-feira, 13, e um total de 1.041 suspeitos, somente entre os trabalhadores próprios. A Bahia registrou 46 suspeitos e 23 confirmados. Os números foram divulgados pelo grupo de Estrutura Organizacional de Resposta da Petrobras (EOR) da empresa.
Em Salvador, os empregados do setor administrativo do Torre Pituba se mostram apreensivos com o retorno ao trabalho presencial. Ao todo, 247 trabalhadores diretos e terceirizados dividem o espaço nas salas alugadas pela empresa, no Edifício Suarez Trade, no Caminho das Árvores. O espaço oferece riscos de contaminação para a Covid-19 e não oferece itens de proteção à saúde dos petroleiros.
Na pressa para garantir o retorno, a Petrobrás ignorou os protocolos de segurança de prevenção para o coronavírus e Normas Regulamentadoras. O coworking acabou se tornando um pesadelo para os petroleiros, a impressão que se tem é que eles foram jogados à própria sorte, no meio do recrudescimento da pandemia, com a chegada da variante Ômicron à capital baiana.
A situação dos empregados do Suarez Trade foi tratada na noite desta quinta-feira (13), no 11º bate-papo – o primeiro do ano. A AEPET-BA manifestou sua indignação depois de ouvir os relatos dos trabalhadores.
Os empregados estão trabalhando aglomerados, em ambiente fechado e com baixa circulação do ar. Não existe barreira de proteção entre as estações de trabalho, os banheiros são insuficientes e não possuem exaustores, seis pias servem para higienização das mãos. Não há medição de temperatura, na entrada do local.
A copa só comporta uma pessoa, não tem refeitório e os trabalhadores contratados são obrigados a almoçar nas escadas e outras áreas do prédio. Os empregados que têm filhos menores ou familiares idosos estão preocupados com levar o vírus para dentro de casa.
O problema não atinge só a Bahia, é generalizado. No Rio, liminar da Justiça concedida ao Sindipetro-RJ fez a Petrobrás recuar para o trabalho em regime híbrido, voltando à situação e regras que predominavam em dezembro de 2021, em cada unidade da empresa. No Edise, um máximo de 40% dos empregados da área administrativa trabalhará até dois dias presenciais por semana.
Denuncie a Petrobrás
Parceria da AEPET-BA com o Sindipetro-RJ vai auxiliar os petroleiros baianos que foram transferidos para o Rio e se encontram confinados e sem informações das gerências. A desorganização absurda da Petrobrás criou situações humilhantes para os empregados e famílias que estão fora da Bahia. Os relatos são preocupantes.
Por isso, a Associação solicita que esses trabalhadores entrem em contato com o diretor do Sindipetro-RJ, Guilherme Silva, pelo e-mail guilherme.sindipetrorj@gmail.com, e com a assessoria Jurídica da AEPET-BA – juridico@aepetba.org.br, relatando os problemas.
O sindicato se comprometeu a dar toda assistência aos trabalhadores baianos.
Ações jurídicas
No 11º bate-papo, a Associação atualizou as informações das ações jurídicas que estão tramitando na Justiça baiana e que beneficiam os empregados do Torre Pituba. Além da Ação Coletiva, os empregados podem optar por ingressar com ações individuais.
A AEPET-BA está monitorando as ações individuais, criando um banco de dados. Por isso, contribua, informando em caso de ingressar na Justiça.
A Associação reforça sua disposição para continuar na luta pela permanência da Petrobrás na Bahia e parabeniza os trabalhadores do Torre Pituba pela resistência e união. Não há que perder a esperança, pois dias melhores virão.
