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De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Químico, Petroquímico e Plásticos da Bahia (Sindiquímica-BA), na quarta-feira, 1º de novembro, a Proquigel Química, empresa integrante do Grupo Unigel, emitiu um comunicado informando o encerramento das operações industriais da antiga FAFEN-BA (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, unidade Bahia), em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

A Proquigel alega que a unidade de Camaçari vem operando de forma deficitária desde o final de 2022, “especialmente em razão do alto custo do gás natural fornecido pela Petrobrás que torna o preço final do produto acabado [fertilizantes] impraticável face aos preços praticados no mercado internacional”.

Segundo a empresa, a Petrobrás foi procurada por incontáveis vezes para que chegasse a uma redução do preço do gás natural, viabilizando a operação da Unigel Agro Bahia. Apesar disso, a Proquigel informou que nenhum esforço foi feito pela estatal que “mantém, até a presente data, preços insuportáveis e infinitamente superiores aos praticados no mercado internacional”.

Ainda, conforme a Proquigel, outra solução proposta à Petrobrás foi a formalização de um Contrato de Tolling. “O que permitiria a continuidade da operação da Unigel Agro BA. Mas, da mesma forma, até a presente data, a Petrobrás não aceitou tal solução apresentada”.

As Fábricas de Fertilizantes Nitrogenadas (FAFENS), da Bahia e de Sergipe, sob operação da Unigel, foram arrendadas da Petrobrás em agosto de 2020. A Unigel investiu R$177 milhões no arrendamento das duas unidades pelo período de 10 anos.

Localizadas no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, e em Laranjeiras, em Sergipe, as Fafens produziam juntas até 1,15 milhões de toneladas de ureia e 925 mil toneladas de amônia por ano.

 

As demissões

Ao todo são 384 trabalhadores envolvidos na produção da unidade na Bahia, entre 264 funcionários diretos e 120 indiretos. De acordo com o comunicado enviado ao sindicato, eles cumprirão aviso prévio trabalhado de 30 dias.

O Sindiquímica afirma que já vinha buscando o diálogo com representantes da Petrobrás, do governo da Bahia e do governo federal, cobrando o retorno das operações da fábrica e a garantia da manutenção dos postos de trabalho.

“São trabalhadores especializados, alguns vindos de outros estados ou de outras indústrias da Bahia, que investiram na formação profissional e organizaram suas vidas e das suas famílias a partir da expectativa gerada pelo trabalho na Unigel. Cerca de 30% dos funcionários realizaram qualificação no Senai Cimatec e desempenham o primeiro emprego”, diz a nota do sindicato.

A diretoria do Sindiquímica-BA garante estar buscando, junto à assessoria jurídica e à mobilização da esfera política, a cobrança por soluções que possam garantir a manutenção dos postos de trabalho e a renda dessas famílias de trabalhadores.

A AEPET-BA apoia o esforço do Sindiquímica-BA para manter os empregos. A Petrobrás já comunicou que irá retornar ao setor de fertilizantes e deverá retomar as obras paralisadas da Fábrica de Fertilizantes de Três Lagoas, em Mato Grosso. Por isso, que vamos lutar para que retome as atividades da FAFEN-BA.

É importante que isso aconteça dada a importância da produção de fertilizantes para a agricultura.

Defendemos a imediata dissolução do contrato de arrendamento e que a Petrobrás passe a operar as unidades da FAFEN da Bahia e de Sergipe, buscando assegurar a geração de empregos e renda para a sociedade além de prover insumos básicos para nossa agricultura em especial os pequenos produtores.

Discordamos, ainda, que a Petrobrás repasse para as empresas privadas gás e petróleo mais baratos como pressiona a Acelen, que administra a Refinaria Mataripe (antiga RLAM).

A Petrobrás não é a única fornecedora de gás e queremos saber por que deve subsidiar operações privadas com consequente transferência da renúncia de receita para o consumidor final que acabam chantageando para assegurar subsídios? Por que os grupos privados não pressionam outras empresas que produzem e transferem gás?

A chantagem da iniciativa privada, que busca assegurar seus lucros às custas da Petrobrás, não pode prevalecer.

A AEPET-BA reitera a defesa da Petrobrás como empresa de energia e agente de toda a cadeia produtiva dos hidrocarbonetos. Assim como reitera apoio à luta pela manutenção dos empregos, mas com a Petrobrás operando e não pela chantagem do “mercado”.

#FAFEN-BAdeVoltaàPetrobrás


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