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A data 01 de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, foi criada em Paris, em 1889, homenageando a manifestação feita três anos antes pelos trabalhadores norte-americanos de Chicago, que brigavam por melhores condições de trabalho nas fábricas. O protesto foi marcado por mortes, prisões e violência

No Brasil, a data é motivo de mobilização em todo o país. São os trabalhadores e as trabalhadoras, que usam a sua força de trabalho para construir a grandeza do país e com muito esforço garantir vida digna para sua família. No começo da era industrial brasileira, os trabalhadores eram submetidos a condições muito precárias, incluindo: salários baixos; carga horária excessiva; locais insalubres etc. Foi então que os operários, revoltados, se reuniram e exigiram melhores condições de trabalho.

Com muita luta, foram criadas legislações para garantir direitos e deveres do trabalhador, direito a um salário justo e mais benefícios. Mas, nos tempos atuais, o Brasil tem uma das piores taxas de desemprego. Sob o governo Bolsonaro, os direitos dos trabalhadores vêm sofrendo grandes retrocessos. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o país terá uma das maiores taxas de desemprego do mundo em 2022. 

No ranking, que inclui 102 países, o Brasil (país emergente) aparece com a 9ª pior estimativa de desemprego no ano, tendo o percentual de 13,7%, quase o dobro da média global, de 7,7%. Já a média prevista para países emergentes, é de 8,7%. Entre os países do G20, que detém as maiores economias do mundo, o Brasil deve ter a segunda maior taxa de desemprego, atrás só da África do Sul, que deve chegar a 35,2%. 

Vale destacar que a política ultraliberal adotada por Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, faz o país alcançar recordes de desemprego, subemprego e informalidades. Atualmente, cerca de 12 milhões de pessoas estão fora do mercado de trabalho e 38 milhões fazem bico para sobreviver, segundo dados elaborados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

Promessas em vão e mais retrocessos ao trabalhador

Em 2017, foi aprovada a reforma trabalhista, ainda no governo golpista de Michel Temer. Apesar da grande propaganda feita pelo legislativo na época, vendendo a falsa ilusão de que as mudanças iriam gerar milhões de empregos – dois milhões de vagas em dois anos e seis milhões em dez anos, tudo não passou de um delírio coletivo da direita, onde milhões de trabalhadores foram prejudicados em quatro anos.

Disfarçado de atualização das relações entre empregado e patrão, a reforma trabalhista trouxe desemprego, em vários setores,  e trabalho, visto a escravidão vivida diariamente por muitas pessoas de baixa renda através dos empregos por aplicativo, como Ifood e Uber. 

A reforma do governo golpista mudou regras sobre férias, aposentadoria, jornada de trabalho, banco de horas, trabalho intermitente dentre outros ataques contra direitos históricos. Jair Bolsonaro, com a aprovação de mini-reformas, aprofundou mais a situação dos trabalhadores. Recentemente, propôs a criação de modalidades de trabalho sem carteira assinada e sem férias, 13º salário e FGTS. Isso, sem contar a extinção do Ministério do Trabalho, no começo de sua gestão (2019), voltando atrás em 2021.

Aumento da informalidade e a visão dos especialistas

Ainda segundo o IBGE, no trimestre encerrado em outubro de 2017, antes das novas regras, a taxa de informalidade era de 40,5%. Entre maio e julho de 2021, a proporção de pessoas ocupadas trabalhando na informalidade ficou em 40,8%. Ou seja, não mudou o cenário. 

Já um levantamento feito pelo Sebrae mostra que, dos 372,2 mil postos de trabalho criados em agosto, os pequenos negócios foram responsáveis por 265,1 mil. Isso representa sete em cada dez postos de trabalho.

Muita luta também para os trabalhadores da categoria petroleira

Assim como os trabalhadores usam sua força de trabalho para garantir os a riqueza do país, a categoria petroleira faz o mesmo e contribuem para que a Petrobrás traga desenvolvimento ao Brasil. É muito orgulho por ter desenvolvido a tecnologia inédita no mundo que permitiu a descoberta do pré-sal, assim como os prêmios internacionais recebidos pela know-how em prospecção off-shore. 

Infelizmente, nos últimos governos de Temer e Bolsonaro, a categoria também tem sido prejudicada com gestões autoritárias e destruidoras da empresa. Benefícios e garantias conquistados ao longo de anos são ameaçados constantemente. Exemplo disso, são as transferências compulsórias de unidades em desinvestimentos, descontos abusivos da AMS, o equacionamento da Petros e o descumprimento de cláusulas do Acordo Coletivo da categoria. 

Para além disso, o processo de privatização da estatal tem colaborado no crescimento do desemprego do Brasil, com o desinvestimento de várias frentes da empresa, fechamento (hibernação) e venda dos ativos. 

Em 2016 eram 400 mil trabalhadores, entre diretos e terceirizados, na atualidade não passam de seis mil. Nas regiões norte/nordeste, o número de empregados já chegou ao vultoso patamar de 17 mil postos. Atualmente, esse índice não passa de 4.500 empregos. 

Na Bahia, milhares de pessoas perderam seus postos de trabalho com a saída da Petrobrás. Após o fechamento do prédio administrativo Torre Pituba, em Salvador, os empregados em situação de excepcionalidade lutam para evitar as transferências impostas pela empresa para outros estados, dividindo famílias. Outros empregados foram deslocados para o edifício Suarez Trade, alugado pela empresa, mas que de longe oferece condições seguras e equipamentos adequados para o trabalho.

Os petroleiros integram uma cadeia produtiva que movimenta a economia nacional, constrói o Brasil e assegura milhões de empregos, mas Bolsonaro e as gestões da empresa vêm destruindo não só a Petrobrás, mas atacando os direitos da força de trabalho. 

A AEPET-BA, que representa a força de trabalho da Petrobrás, ativos e aposentados, sabe como está difícil a situação para os trabalhadores e as trabalhadoras, devido à: insegurança no trabalho, falta de perspectiva na carreira, medo da transferência, convívio longe da família por transferências desnecessárias. A falta de investimento da empresa e as privatizações trazem grande insegurança com o futuro. 

Neste 1º de Maio, parabenizamos os petroleiros e petroleiras pelas suas lutas e  enseja que se firme a consciência na categoria de fazer parte de uma classe emancipadora, que caminhe em direção a unidade de ação e da mobilização para a reconquista de direitos. 

 


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