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A gasolina sofreu um reajuste de 4,85% e o diesel chegou a 8,08%. Em live, Bolsonaro reafirma seu desejo de vender a nossa Petrobrás

Na semana passada os baianos sentiram no bolso os efeitos do monopólio privado, os aumentos da Acelen – administradora da RLAM, reajustou os preços em R$ 0,21 para a gasolina tipo A, de R$ 0,13 para o diesel S10 e R$ 0,14 para o diesel S500. Uma semana depois, a Petrobrás anunciou e já está aplicando seus reajustes para o restante do Brasil, sendo o primeiro aumento em 2022.

Os reajustes são referentes aos preços da gasolina e do diesel. O valor médio da gasolina vendida para as distribuidoras passou de R$ 3,09 para R$ 3,24 por litro, um reajuste de 4,85%. Já para o diesel, de R$ 3,34 para R$ 3,61 por litro, alta de 8,08%. De acordo com a Petrobrás, o reajuste é para evitar o risco de desabastecimento.

Em 2021, apesar da leve redução no mês de dezembro, a gasolina acumulou alta de 47,49% e o etanol, de 62,23%. De acordo com o gerente do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), Pedro Kislanov, a alta no preço dos combustíveis foi um dos principais fatores para a inflação de 10,06% no ano passado.

Bolsonaro quer se ver livre da Petrobrás

Após o anúncio do aumento pela Petrobrás, o presidente Bolsonaro afirmou em live que ‘se pudesse, ficaria livre da Petrobras’. “Alguém acha que eu sou o malvadão, que foi aumentado o preço da gasolina e do diesel ontem porque sou o malvadão? Primeiro que não tenho controle sobre isso. Se pudesse, ficaria livre da Petrobras”, disse ele em entrevista ao site Gazeta Brasil.

Ele afirmou também que não tem qualquer responsabilidade sobre o preço dos combustíveis e colocou a culpa na crise hídrica. “Enfrentamos, além da covid, uma crise de água enorme, que influenciou no preço do combustível. Daí, aparecem as bandeiras, amarela, vermelha. Quem decide as bandeiras não sou eu, é a Agência Nacional de Energia Elétrica, agência independente criada em 1999”, explica.

Impactos na Bahia

Lembrando que os aumentos da Petrobrás não influenciam mais diretamente nos preços das bombas na Bahia, pois a RLAM foi privatizada pelo grupo Mubadala – representada pela Acelen, do fundo árabe. Então, a atual administradora da refinaria decide os preços diferente da estatal.

O aumento chegou nas bombas de muitas cidades do interior da Bahia. Em Vitória da Conquista, o preço médio da gasolina está em R$ 7,10 e em Juazeiro R$ 7,19. Em Salvador, os consumidores chegam a pagar R$ 7,19 por litro. Em 2021, foram 16 reajustes da gasolina promovidos pela Petrobrás, só em março foram 4 reajustes.

Agora a Acelen reajusta os preços por conta própria, prejudicando ainda mais os consumidores nordestinos, já que 90% do combustível vendido no estado vem da RLAM. Além disso, o reajuste dos combustíveis acaba impactando outros setores já que o produto está presente em todo o que se produz.

Caminhoneiros reclamam de alta, mas descartam greve

O presidente da Associação Fluminense de Transportes de Carga, Isac de Oliveira, lamentou a primeira alta de preço pela Petrobras. Para ele os motoristas estão saturados com a escalada de preços dos combustíveis e sinaliza que a política da Petrobras não deve mudar.

“Estamos saturados, é claro. (O aumento) É um ‘presente’ de ano novo do governo que atinge primeiro os caminhoneiros, mas que vai impactar todo mundo no final”, disse Oliveira, em entrevista à revista Veja. E completa. “Está ficando inviável trabalhar, cada vez mais. Estamos resistindo porque dirigir é a única coisa que sabemos fazer”, afirmou.

Apesar da notícia amarga logo no começo do ano e o peso da inflação, os caminhoneiros não devem fazer uma nova greve, é o que diz Wallace Landim, mais conhecido como Chorão, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA) e líder da paralisação em 2018.

“Nesse momento não dá, isso mataria a população. Todo mundo está sofrendo com a alta dos preços e novas gripes. Os caminhoneiros têm responsabilidade”, afirma.


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