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Ao apagar das luzes, o governo Bolsonaro acelera o processo de privatização das sedes administrativas da Petrobrás em Natal e Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Segundo reportagem de Valciney Soares, na agência Saiba Mais, a empresa iniciou a fase administrativa para venda das duas sedes, cinco dias antes da eleição do segundo turno, no dia 30 de outubro.

Porém, a venda oficial ainda não começou, segundo Pedro Lúcio Góis, diretor do Sindicato dos Petroleiros do RN (Sindipetro).

“A Petrobrás fez uma consulta interna para as demais gerências para saber se alguém ainda terá interesse na sede, porque se não tiver ela vai colocar à venda”, diz.

É grande a preocupação do sindicato, que vem se mobilizando contra a saída da empresa no estado, inclusive porque o imóvel de Natal não estava no plano de desinvestimentos, mas apenas o de Mossoró. Além das sedes, diversos lotes também estão no pacote que pode ser vendido futuramente, que são espaços dentro da área das sedes.

O desmonte começou com a venda de parte dos campos terrestres, que formam o Polo Potiguar, em janeiro para a 3R Petroleum por US$ 1,38 bilhão. O mesmo grupo comprou o Polo rio Ventura e o Polo Recôncavo, na Bahia

Gois critica a venda que, de acordo com ele, foi feita irregularmente. “Há uma grave irregularidade no processo de venda do Polo Potiguar, especificamente. A Petrobrás não cumpriu os decretos que versam sobre privatização das suas áreas. Especialmente porque ela misturou, na venda do Povo Potiguar, a venda de campos terrestres com a venda da nossa refinaria. São processos diferentes com exigências legais diferentes”, explica.

A vitória de Lula, no segundo turno, trouxe esperança aos petroleiros para barrar o desmonte da empresa. Então causa muita indignação a pressa por antecipar a venda das sedes que poderá acontecer durante o governo de transição.

“Ou seja, a Petrobrás vai mudar o seu rumo que vinha sendo traçado nos últimos seis anos de saída do Nordeste e do Norte para recuperar a sua atuação nesses estados”, diz o dirigente do Sindipetro. “Então nós vemos com muita temeridade esse processo de transição, porque a Petrobrás não está agindo de forma justa. Ela está acelerando os processos que ela sabe que podem ser revertidos ou alterados com a vigência de um novo governo.”

Existe preocupação também com o destino dos petroleiros, já que a empresa fez um plano de pessoal que prevê a transferência massiva de empregados do Rio grande do Note em abril de 2023. “Até lá, nós temos mais de 500 trabalhadores aqui no nosso estado. Esses trabalhadores ficam lotados nas refinarias, nas áreas operacionais, mas também ficam nessas áreas administrativas”, conclui ele.

A AEPET-BA se solidariza com os petroleiros do RN na luta pela manutenção da Petrobrás. Ao mesmo tempo, saudamos a AEPET Setentrional e todas as demais entidades que constroem a luta pela reconstrução da Petrobrás no Nordeste. Chegou a hora de ganhar às ruas para conquistarmos o que nos foi tirado não só na Petrobrás como na Petros e AMS!


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