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A tarifa dos ônibus passou de R$ 4,50 para R$ 4,90. O reajuste foi anunciado pelo prefeito, Bruno Reis, e começou a vigorar no sábado (04/06), pegando os soteropolitanos de surpresa.

Na prática, a tarifa de ônibus subiu em 1º de abril, e deveria custar o valor de R$ 5,30. Mas, a Prefeitura de Salvador subsidiou parte dessa passagem para manter em R$ 4,40 até essa sexta (03/06). Agora, desses R$ 0,60, a prefeitura seguirá arcando com R$ 0,10 até o final de 2022, e o passageiro com os R$ 0,50 restantes – atual reajuste.

Esse reajuste está muito acima do percentual de inflação deste ano, que chega a 10,74%, e também acima do percentual inflacionário previsto para 2023, que é de 12,5%. Um projeto que pode reverter esse reajuste é o Programa Nacional de Assistência à Mobilidade dos Idosos em Áreas Urbanas (PNAMI).

Em forma de subsídios, seriam transferidos R$ 5 bilhões anuais, do governo federal aos municípios, para que a gratuidade dos idosos seja mantida. O programa chegou a ser aprovado pelo Senado em votação no mês de fevereiro, mas, ainda não foi votada pela Câmara dos Deputados.

O PNAMI foi criado para que a gratuidade dos idosos seja mantida. O direito ao transporte gratuito, para os idosos a partir de 65 anos, é garantido por lei.

Reclamações dos usuários

O aumento da tarifa dos ônibus gerou muitas reclamações dos usuários do transporte público de Salvador. Quem pega quatro ônibus diariamente vai desembolsar mais R$ 2,00 que podem ser usados para comprar o pão, por exemplo.

Além disso, eles se queixam do estado dos ônibus por ser uma frota antiga, precária e deficitária. Ao G1 BA, a cabelereira Antônia Lima reclamou das condições do transporte público de Salvador. Afirmou que a maioria dos ônibus são sujos e falou sobre a demora deles passarem nos pontos. “O ônibus sujo e a demora é insuportável. Nós ficamos no ponto horas e horas esperando. A demora é demais, eles precisam colocar mais transporte para melhorar”, reclamou.

Impactos da disparada do diesel

Mas, o que faz de a tarifa de ônibus soteropolitana ser a 2ª mais cara do Brasil – entre as capitais, ficando somente atrás de Curitiba (R$ 5,50) e na frente de grandes metrópoles, como: Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo e Brasília; é a alta do diesel.

Para além dos aumentos praticados pela Petrobrás, nos últimos meses, tem os constantes reajustes feitos pela Acelen, que desde dezembro de 2021, administra a Refinaria Landulpho Alves – RLAM. Todos esses aumentos impactam no custo final da passagem de ônibus.

E quem paga mais caro é o usuário do transporte público. “Com tanta franqueza e sinceridade eu queria estar aqui nesta manhã dizendo que esse ano não teria aumento se nós estivéssemos aprovados o subsídio federal, ou se tivéssemos tido a isenção do ICMS do óleo diesel”, justificou o prefeito de Salvador, Bruno Reis, em coletiva a imprensa.

Durante a coletiva, foram apresentados gráficos que apontaram aumento de 121,69% no valor do óleo diesel entre abril de 2020 e abril/2022 o que fez o combustível passar a representar de 18,56% para 28,5% do custo mensal das empresas.

Além disso, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Bahia tem o litro do diesel mais caro do Brasil, variando entre R$ 7,35 a R$ 7,81 na capital; e podendo chegar até R$ 8,39 nas cidades do interior.

O vilão da disparada de preço do diesel e da gasolina é a política imposta pela Petrobrás – PPI, e a política de desinvestimentos da estatal, que permite as privatizações, como no caso da RLAM.

 


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