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Um superpedido de impeachment contra Jair Bolsonaro foi protocolado na quarta-feira (30/06), na Câmara dos Deputados. O objetivo foi unificar os argumentos dos mais de 120 pedidos de impeachment já apresentados na Câmara dos Deputados, que reúne 23 crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente desde que chegou ao cargo. O pedido chega turbinado pela informação de que o governo Bolsonaro pretendia cobrar uma propina de um dólar em cada dose da vacina AstraZeneca aplicada no País.

Também há denúncias sobre irregularidades e indícios de corrupção na aquisição da vacina indiana Covaxin, e a suposta omissão do presidente ao ser avisado sobre o caso.

O superpedido foi assinado por legendas como PT, Psol, PSB, PDT e PCdoB. Também assinaram entidades como a Central dos Movimentos Populares (CMP), a Frente Brasil Popular, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e a Coalizão Negra por Direitos, além de outros movimentos e políticos. Os deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP), que até pouco tempo eram aliados de Bolsonaro, assinaram a petição.

De acordo com o líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), este é o maior pedido de impeachment protocolado. “É o mais amplo, tanto pela enumeração de crimes praticados pelo presidente da República – dos mais antigos aos mais recentes – quanto pelo hall de signatários, das mais diversas posições políticas”, disse ao Congresso em Foco.

Alguns dos crimes citados no documento foram estímulo a militares para que não obedeçam à lei, incitação a um golpe, com posições favorável ao fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional e apologia à tortura.

Também foram citados estímulo à indignação da população contra o isolamento social, falta de uma plano de combate à pandemia e mentiras para obter vantagens políticas.

CPI da Covid-19

Quando o Brasil ultrapassou mais de 510 mil mortos e 18 milhões de infectados, desde que começou a pandemia do coronavírus, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, no senado federal, avança nas investigações sobre as suspeitas de propina nos contratos para a compra de vacinas pelo Ministério de Saúde.  

Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, o deputado federal Luis Claudio Fernandes Miranda (DEM-DF) e o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados, estão no centro do suposto esquema de fraude em torno da negociação para a compra de 20 milhões de doses do imunizante Covaxin.

A negociação, envolvendo o Ministério da Saúde e a empresa brasileira Precisa Medicamentos, seria a responsável pela venda da vacina no Brasil, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.

Segundo a denúncia apresentada por Miranda, a denúncia do suposto esquema de corrupção foi apresentada ao presidente Jair Bolsonaro, em 20 de março deste ano. No encontro, o ex-capitão teria atribuído o esquema ao líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). “Se eu mexo nisso aí, você sabe a merda que vai dar. Isso deve ser coisa de ‘fulano’”, referindo-se ao líder, teria declarado Bolsonaro, segundo o deputado Luís Miranda.

AstraZeneca

Já Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, e o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, estão envolvidos em um outro suposto esquema de fraude na aquisição da vacina AstraZeneca.

Ao jornal Folha de S. Paulo, Pereira disse que, em uma reunião, Dias cobrou uma propina de US$ 1 por dose de vacina contra a covid-19, para fechar um contrato com o Ministério da Saúde. Segundo Pereira, a empresa Davati Medical Supply intermediaria a compra do imunizante produzido pelo laboratório britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford.

Depois da denúncia, o servidor Roberto Ferreira Dias foi exonerado da pasta.

Ainda segundo Pereira, o tenente-coronel do Exército, Marcelo Blanco, que foi assessor no Departamento de Logística da Saúde, na gestão de Roberto Ferreira Dias, também participou da reunião em que se cobrou propina.

(Com informações do Portal 247 e Brasil de Fato)

 


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