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Nesta quarta-feira (12), a agência britânica Reuters informou que a Petrobrás decidiu desativar a usina termelétrica Rômulo Almeida, TermoCamaçari, localizada em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), após ter encerrado sem êxito as negociações com a Proquigel Química, empresa ligada ao grupo Unigel, para arrendamento do empreendimento.

Segundo um comunicado da empresa, “A companhia iniciará o processo de  descomissionamento da UTE TermoCamaçari, que já se encontra com a outorga revogada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”.

A Petrobras entrou em março com pedido junto à Aneel para desativar a usina, que tem 120 megawatts em capacidade e opera com três turbinas a gás e uma movida a vapor, ao alegar que o empreendimento se tornou economicamente inviável, conforme antecipado pela Reuters na ocasião.

A desativação da usina é mais um triste capítulo da aceleração do desmonte das atividades da empresa na Bahia.

Das cinco usinas que funcionavam na Bahia, três foram vendidas: Arembepe, Bahia 1 e Muricy e a TermoCamaçari desativada. Todas elas estavam instaladas em Camaçari, onde funciona também a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN-BA) que foi arrendada para a Proquigel Química

Venda das termelétricas

As termelétricas Arembepe, Bahia 1 e Muricy, movidas a óleo combustível, foram vendidas à São Francisco Energia, subsidiária da Global Participações em Energia, pelo valor de R$ 95 milhões.

As termelétricas têm potência total instalada de 329 MW e possibilidade de conversão para operação a gás natural. Tem outra unidade, que é bicombustível – pode operar a óleo diesel ou gás natural – localizada em Canoas, no Rio Grande do Sul. Tem potência instalada de 249 MW e também está sendo ofertada pela empresa.

Juntas, as usinas registraram uma geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda, de R$ 40 milhões durante o primeiro semestre de 2019.

A Secretaria de Infraestrutura da Bahia, em 2019, verificou o comportamento das cinco UTE da Petrobrás na geração de energia elétrica (Megawatt-hora – MWh) para o estado entre 2010 e 2018, com base nos dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (2019). Houve uma tendência geral do comportamento das usinas de crescimento da produção entre 2010 e 2014, acompanhado de uma redução no período posterior, com exceção da UTE Celso Furtado.

Segundo denúncia dos petroleiros, a empresa vem reduzindo drasticamente os investimentos para facilitar a privatização ou o fechamento das unidades, na Bahia.

Em meio à crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19, a Petrobrás continua acelerando o desmonte da estatal no estado com a venda dos ativos. Os impactos da privatização fatiada na Bahia, um dos poucos estados em que a Petrobrás atuava em todos os segmentos do negócio, serão sentidos diretamente e indiretamente em todos os setores da economia.

A AEPET-BA repudia a política de privatização da empresa nos estados do Nordeste e, especialmente, na Bahia e se coloca à disposição dos petroleiros baianos lotados nas unidades desativadas ou vendidas. Precisamos manter a união da categoria neste momento tão difícil para os trabalhadores petroleiros.

 


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