Compartilhe

Ao falar sobre eleições para embaixadores, o presidente do Brasil transformou um problema político interno, por ele causado, em um problema de Estado. Para além do constrangimento, o presidente prejudicou a imagem do país perante a comunidade internacional, com ataques à democracia e ameaça de ruptura constitucional, comprometendo a credibilidade das instituições nacionais.

Difícil saber se os embaixadores chegaram a desconfiar do sistema eleitoral.  Mas, apesar de ter sido desmentido pelo TSE, pela polícia Federal e outros órgãos públicos, o presidente continua com a narrativa fictícia de fraude nas urnas eletrônicas, sem apresentar provas.

É absurdo que o presidente brasileiro exponha o povo e o poder judiciário ao ridículo, espalhando mentiras, boatos e desconfianças, sem apresentar qualquer evidência fática das alegações.

Os ataques do presidente da República ao processo eleitoral brasileiro, que é pioneiro e referência para importantes nações mundiais, é repudiado pela Associação dos Engenheiros da Petrobrás, núcleo Bahia (AEPET-BA) e por toda a sociedade. No Brasil, as urnas eletrônicas estão em uso há 28 anos e mostraram ser seguras, mas isso não significa que elas precisem passar por melhorias ou prescindem de fiscalização, mas às vésperas da eleição é inconcebível acusações de fraude nas urnas, sem provas, do chefe do poder executivo federal, que é também candidato.

Além de ameaçar a democracia, o atual presidente e militares antinacionalistas vêm vilipendiando a Petrobrás, destruindo o patrimônio nacional e entregando às nações estrangeiras recursos que são do povo brasileiro. A AEPET-BA, que tem entre seus objetivos a defesa da democracia e da soberania nacional, não compactua com autoritarismo, ameaças de golpe militar e ataques levianos do presidente da República.

Essa tentativa de golpe merece nosso repúdio.

A AEPET-BA está do lado dos que defendem a democracia, lutam pela retomada da RLAM e dos ativos da empresa que foram vendidos. Também é importante defender um referendo revogatório que reverta a entrega de todo o patrimônio nacional.

Não basta ao Brasil a democracia formal eleitoral. É preciso lutar diariamente por uma sociedade justa, livre, igualitária e fraterna, nos termos da Constituição de 1988, superando as desigualdades sociais e regionais. O país vive uma grave crise política e econômica que aprofunda essas desigualdades e reduz os direitos dos cidadãos.

Não é admissível que mais de 30 milhões de mulheres, idosos e crianças passam fome, enquanto o agronegócio lucra com a exportação de alimentos para os países ricos.

Por tudo isso, a AEPET-BA conclama as demais entidades representativas dos trabalhadores petroleiros e a sociedade para defender publicamente a democracia, as prerrogativas dos poderes da República, as eleições, o patrimônio público e os direitos sociais e trabalhistas.

A AEPET-BA reitera seu compromisso com a defesa da democracia, da soberania nacional e, acima de tudo, da Petrobrás 100% pública e a serviço do Brasil.

 


Compartilhe