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O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) lançou dois estudos abordando a posição da mulher na sociedade, com foco especial nas desigualdades e desafios enfrentados pelas trabalhadoras brasileiras. Os estudos foram apresentados em um Boletim Especial divulgado pelo DIEESE, analisando dados referentes ao período entre o 4º trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023.

Segundo o levantamento, o cenário econômico brasileiro apresentou melhorias significativas em 2023, refletindo em avanços no mercado de trabalho. O Produto Interno Bruto (PIB) registrou um crescimento entre 2,5% e 3,0%, superando as expectativas. A taxa de desemprego caiu de 7,9% para 7,4%, indicando uma recuperação favorável. No entanto, apesar desses progressos, as disparidades de gênero persistem.

O estudo destacou que a taxa de desocupação das mulheres diminuiu de 9,8% para 9,2%, com um significativo declínio de 271 mil trabalhadoras no contingente de desocupados. Entretanto, as mulheres ainda representam a maioria (54,3%) dos desocupados, com 35,5% delas sendo negras e 18,9% não negras.

A pandemia teve impactos mais significativos nas trabalhadoras, resultando em dificuldades para retornar ao mercado de trabalho e taxas de desemprego mais elevadas.

Os estudos apontaram desigualdades expressivas, especialmente quando se considera a interseccionalidade de gênero e raça. Mulheres negras enfrentam uma taxa de desocupação maior em comparação com as mulheres não negras. Além disso, a taxa de subutilização entre mulheres negras aumentou, evidenciando as barreiras enfrentadas pelas mulheres negras no mercado de trabalho.

A análise salarial revelou que o rendimento médio mensal (R$ 2.562) das mulheres foi 22,3% menor do que o dos homens (R$ 3.323). Mesmo entre diretoras ou gerentes, onde as mulheres representam 39,6%, a disparidade salarial persiste, com as mulheres recebendo 29,5% (R$ 5.900)  a menos do que os homens (R$ 8.363), no 4º trimestre de 2023.

O estudo abordou ainda a crescente informalidade no mercado de trabalho, destacando a vulnerabilidade das trabalhadoras por conta própria, assalariadas sem carteira e trabalhadoras domésticas. Apesar de melhorias, a informalidade continua sendo uma realidade para muitas mulheres, afetando negativamente a qualidade do trabalho e o acesso a direitos trabalhistas.

Embora haja sinais de progresso, as desigualdades persistem no mercado de trabalho brasileiro. A informalidade e a precarização do trabalho feminino, especialmente entre mulheres negras, exigem a implementação urgente de políticas públicas para promover a equidade de gênero e raça no cenário profissional. À medida que a sociedade comemora o Dia Internacional da Mulher, esses estudos destacam a importância contínua de abordar e superar os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho brasileiro.

Para ter acesso ao estudo na íntegra e aos infográficos acesse: Mulheres no mercado de trabalho: desafios e desigualdades constantes  [https://www.dieese.org.br/boletimespecial/2024/mulheres2024.html]

 

Mulheres: inserção no mercado de trabalho [https://www.dieese.org.br/infografico/2024/mulheresBrasilRegioes.html]


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