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215 trabalhadores petroleiros e petroquímicos recuperaram seus empregos de volta na Fafen; unidades da Bahia e de Sergipe seguem paradas

O presidente Lula reativou, nesta quinta-feira (15/08), a Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados (ANSA), também conhecida como Fafen-Paraná, localizada na cidade de Araucária, no Paraná. A presidente da Petrobrás, Magda Chambriard também esteve presente. Foram anunciados investimentos de R$ 4,2 bilhões para reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados e ampliação e capacitação da Repar para a transição energética.

A FAFEN-PR foi desativada em 2020, durante o governo Bolsonaro, com sua política de desmonte da Petrobrás e, desde então, estava parada, o que gerou uma dependência maior do país no mercado exterior de fertilizantes. A fábrica era a única produtora de ureia do país, insumo usado na produção de fertilizantes.

Muito emocionado, durante a cerimônia, o presidente Lula entregou os crachás da Petrobrás simbolicamente a três dos 215 trabalhadores e de trabalhadoras petroleiros e petroquímicos, que recuperaram seus empregos de volta na Fafen.

“4 anos atrás o desgoverno Bolsonaro havia fechado a Fafen-PR. Importante fábrica de fertilizantes localizada em Araucária que empregava centenas de funcionários e tinha um papel fundamental para a produção agrícola do Paraná. Pouco tempo depois, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, o preço dos insumos que produzíamos internamente ficaram cada vez mais caros”, disse a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) em sua conta do X (antigo Twitter), em janeiro deste ano.

Com a desativação, em 2020, cerca de mil empregos, diretos e indiretos, foram extintos.

Para a AEPET-BA a reintegração da antiga Ultrafértil, assim como da Refap, que voltou a ser 100% Petrobrás, após FHC ter vendido 30% de seus ativos, são vitórias históricas que fortalecem a nossa luta contra as privatizações e em defesa de um Estado forte e soberano.

Uma conquista que deve ser comemorada por todos os trabalhadores (as) do Sistema Petrobrás. Nossa defesa é que a empresa volte a ser 100% público e estatal.

 

FAFENS Nordeste

Diferente do que aconteceu no Paraná, as FAFENS de Sergipe e Bahia ainda seguem paradas. A FAFEN-BA, no dia 30 de julho, completou um ano desativada, motivo para preocupação, já que a dependência no mercado exterior de fertilizantes só cresce.

Com contrato de arrendamento assinado em 2020, com duração de 10 anos, por 177 milhões de reais, a Unigel, empresa que gere as duas FAFENS, teve o acordo (Tolling) com a Petrobrás rompido em junho deste ano por não cumprir o contrato nas condições e prazo estabelecidos, informou a Petrobrás. Por outro lado, a Unigel quer ressarcimento de R$ 700 milhões à estatal por prejuízos que teve ao investir na modernização das duas fábricas.

Entre 1998 e 2022, subiu 445% o consumo de fertilizantes no Brasil, de 7,4 milhões de toneladas para quase 33 milhões,  porém a produção de fertilizantes não acompanhou esse aumento, pelo contrário, diminuiu, saindo de 7,4 milhões de toneladas para 6,4 milhões no mesmo período. Uma queda de 13,5%, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária.

No ano passado o Brasil importou 70% de todo o fertilizante utilizado no país, em 2022 esse percentual chegou a 85%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), ligado à USP.

 

Tratamento Igualitário

É necessário tratamento similar para os nordestinos com a reativação e reintegração das Fafens Bahia e Sergipe. Essas unidades são cruciais para efetivar o “Plano Nacional de Fertilizantes” pelo governo, que visa diminuir a dependência do país no mercado exterior na área.

A necessidade de importação do mercado externo, em quantidades exorbitantes, de produtos que o país tem a capacidade de produzir, mas não produz porque as fábricas estão paradas, só irá diminuir quando a ação estiver alinhada com os discursos. O povo baiano, sergipano, a AEPET-BA, conclamam por mais celeridade na retomada das FAFENS no Nordeste pela Petrobrás.


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