No seu mais novo livro, “O Pobre de Direita: A Vingança dos Bastardos” (Civilização Brasileira), Jessé Souza, doutor em Sociologia pela Universidade de Heidelberg, mergulha em uma análise profunda das raízes do conservadorismo e do ressentimento social no Brasil contemporâneo.
O sociólogo, conhecido por obras como “A Elite do Atraso” e “A Ralé Brasileira”, explica como o racismo e a exclusão social têm sido explorados por lideranças políticas para mobilizar segmentos vulneráveis da população.
Jessé argumenta que, para além de questões econômicas ou morais, o racismo é a principal força motriz da ascensão da extrema-direita no Brasil, comparando inclusive com fenômenos similares nos Estados Unidos. No livro, ele destaca como o discurso da extrema-direita foi capaz de conquistar o apoio de brancos pobres e de evangélicos neopentecostais, grupos que garantiram a eleição de Jair Bolsonaro em 2018. Segundo Jessé, esses segmentos buscam reconhecimento e dignidade, ainda que isso signifique apoiar políticas que acabam por perpetuar suas próprias condições de subalternidade.
A obra também aborda a histórica construção de um “pacto antipopular” entre elites e classe média branca, que desumaniza os mais pobres e promove a ideia de que o Brasil é um país de corrupção endêmica. Jessé Souza revela que essa narrativa foi alimentada ao longo do tempo pela imprensa e pela academia, moldando valores e limitando o debate público.
O livro foi lançado em aula magna online ministrada pelo autor no Instituto Conhecimento Liberta (ICL), parceiro da AEPET-BA, transmitida também pela TVT. Na aula, Jessé traçou um panorama das dinâmicas sociais e raciais brasileiras, remontando às grandes migrações europeias entre 1870 e 1930, quando milhões de imigrantes se estabeleceram no Sul e Sudeste, alterando a composição demográfica e perpetuando desigualdades raciais.
Assista aqui EXIBIÇÃO ESPECIAL – O POBRE DE DIREITA – LANÇAMENTO DO LIVRO DE JESSÉ SOUZA – 03/OUTUBRO, ÀS 19H30 – YouTube
Em “O Pobre de Direita*, Jessé Souza convida os leitores a refletirem sobre as continuidades e rupturas da dominação social no Brasil, revelando como a extrema-direita tem se aproveitado de ressentimentos históricos para reforçar divisões e perpetuar um sistema excludente.
Parceria AEPET-BA/ICL
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