As assembleias realizadas com os trabalhadores e trabalhadoras petroleiros nas unidades da Petrobrás na Bahia confirmaram, por ampla maioria, a adesão à greve de advertência marcada para esta quarta-feira, 26 de março. Em Salvador, a concentração ocorrerá no Torre Pituba, nas primeiras horas da manhã.
A paralisação de advertência foi aprovada nas bases das duas federações (FNP e FUP) e reflete a crescente insatisfação da categoria com a gestão Magda Chambriard, que tem esvaziado os fóruns de negociação coletiva e adotado uma postura autoritária, comprometendo a boa-fé negocial. Dentre as principais preocupações estão os impasses sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e o teletrabalho.
Com isso, os trabalhadores e trabalhadoras reafirmaram que não aceitarão o retorno da cultura do medo na Petrobrás. As reivindicações incluem a garantia dos valores anunciados da remuneração variável, a manutenção das regras do teletrabalho, o fim dos equacionamentos da Petros, um plano de cargos, carreiras e salários integrado para todo o Sistema Petrobrás, uma nova política de segurança do trabalho e a reposição do efetivo.
Em Salvador, os trabalhadores do administrativo do Torre Pituba decidiram por unanimidade aderir à greve. A AEPET-BA tem papel fundamental nessa mobilização. Além da pauta unificada, a entidade defende a imediata abertura de negociações para a redução da jornada sem diminuição de salários e direitos, com a implantação do regime administrativo 4×3 (quatro dias de trabalho e três de repouso remunerado).
A AEPET-BA também reivindica a adequação das jornadas em regimes de turnos e embarques, garantindo compatibilidade com uma carga horária semanal de 30 horas.
Hora de resistir: teletrabalho e liberdade de expressão
Apesar da mobilização da categoria, a gestão da Petrobrás tem adotado medidas de censura, impedindo que os trabalhadores expressem suas opiniões sobre o teletrabalho nas redes internas da empresa.
A greve do dia 26 é um recado claro à gestão: se a Petrobrás pode unilateralmente reduzir um dia de teletrabalho, o que impedirá cortes ainda mais severos no futuro? Mais do que lutar por um dia de trabalho remoto, os petroleiros estão defendendo dignidade, o direito ao diálogo e condições para planejar suas vidas.
O teletrabalho precisa ser regulamentado para garantir previsibilidade e estabilidade na organização pessoal e familiar dos trabalhadores administrativos. A AEPET-BA orienta que, no dia da greve, os trabalhadores e trabalhadoras evitem pressões individuais dos gerentes. Quem comunicou que iria trabalhar presencialmente deve deixar seus notebooks na empresa na terça-feira e só retomá-los na quinta-feira.
PLR: acordo deve ser respeitado
A mesma gestão que pretende distribuir 207% do lucro líquido em dividendos para acionistas quer romper um acordo e reduzir em 30% a PLR dos trabalhadores. Isso é inaceitável. A categoria pode conferir os valores atualizados da participação no simulador interno da empresa.
Caso essa decisão seja mantida, a greve pode evoluir de uma advertência para uma paralisação prolongada, impactando a produção e pressionando a gestão a respeitar os direitos da categoria. O momento da gestão autoritária e dos ataques aos trabalhadores precisa ser superado.
Aposentados e pensionistas: fim dos PEDs já!
A luta também é dos aposentados e pensionistas, que exigem o fim dos PEDs abusivos da Petros. Não foram os trabalhadores que criaram os déficits atuariais, realizaram maus investimentos ou deixaram de cumprir obrigações financeiras com a Petros. Quem deve, que pague! A Petrobrás precisa assumir sua responsabilidade e devolver a tranquilidade financeira aos aposentados.
A mobilização da categoria é essencial para garantir a manutenção dos direitos conquistados e evitar retrocessos. A AEPET-BA segue firme na defesa dos trabalhadores e na luta por uma Petrobrás que respeite seus empregados e empregadas.
Participe da greve de advertência e fortaleça a luta!