O Tribunal de Contas da União (TCU) anulou, por unanimidade, a multa que havia sido imposta ao geólogo Guilherme Estrella, ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, no processo sobre os contratos da estatal com a Sete Brasil (2010–2012). A decisão, divulgada na quarta-feira (29), confirmou que Estrella atuou com rigor técnico, boa-fé e compromisso com o interesse público, afastando definitivamente qualquer suspeita de irregularidade.
O voto do relator reconheceu que Estrella defendeu, à época, modelos de contratação mais seguros e diversificados, que visavam reduzir riscos financeiros e operacionais para a Petrobrás — medidas que acabaram preteridas por outras instâncias da empresa.
O TCU também destacou a ausência total de dolo e o papel estratégico do geólogo na descoberta e consolidação do pré-sal, um dos maiores marcos da história energética do país.
A Rede Lawfare Nunca Mais celebrou a decisão, afirmando que ela “corrige a injustiça praticada na guerra jurídica e midiática” que perseguiu servidores públicos, professores, gestores e lideranças comprometidas com o desenvolvimento nacional.
Para a AEPET-BA, essa decisão representa mais do que uma vitória pessoal de Estrella — é um passo importante para desmontar o lawfare que atingiu a Petrobrás e seus quadros técnicos durante a Operação Lava Jato, com consequências devastadoras para a empresa, o emprego e a economia brasileira
A Lava Jato e os prejuízos à Petrobrás
A Operação Lava Jato, apresentada como o maior combate à corrupção da história, revelou-se um instrumento político e midiático que promoveu uma profunda desestruturação da Petrobrás e de toda a cadeia produtiva de petróleo e gás.
Os resultados foram desastrosos:
- Redução de 25% nos investimentos da Petrobrás;
- Perda de milhões de empregos diretos e indiretos;
- Retração de 2,5% do PIB nacional entre 2015 e 2016;
- R$ 146 bilhões a menos em arrecadação pública;
- Paralisação de setores estratégicos como o naval, metalmecânico e de engenharia pesada.
De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), cada R$ 1 bilhão investido na exploração e produção de petróleo gera R$ 1,28 bilhão no PIB e mais de 26 mil empregos. A interrupção desses investimentos, causada pela Lava Jato, enfraqueceu a capacidade industrial e tecnológica do Brasil, abrindo espaço para a entrega de ativos estratégicos ao capital estrangeiro.
A tática do lavajatismo incluiu o ataque sistemático à reputação de pessoas e a exposição pública sem qualquer fundamento, com o único objetivo de intimidar e destruir adversários. Um verdadeiro ultraje jurídico e político que, aliado a setores entreguistas da mídia e da política, causou danos profundos — muitos deles irreversíveis — ao país e à soberania nacional.
Esses setores foram responsáveis pelo fim da Petrobrás como operadora única do pré-sal, pela extinção do regime de partilha e pela desmontagem do fundo soberano que destinaria os recursos do pré-sal à educação e à saúde.
O saldo desse processo é devastador: a destruição da imagem de pessoas honestas, a liberdade concedida a criminosos que delataram comparsas para salvar-se, o desmonte da esperança de que o pré-sal seria o passaporte do Brasil para o futuro e o desmantelamento da legislação que assegurava que os frutos dessa riqueza beneficiariam as gerações presente e futuras.
Precisamos voltar a sonhar, levantar a cabeça e reconstruir o que foi destruído, antes que a margem equatorial tenha o mesmo destino que o pré-sal.
A Lava Jato foi um projeto político de desmonte, e decisões como esta do TCU ajudam a restabelecer a verdade, resgatar a confiança na Petrobrás e fortalecer a luta pela soberania energética, industrial e tecnológica do Brasil.
Estrella: o “pai do pré-sal” e símbolo da soberania nacional
Engenheiro e geólogo de formação, Guilherme Estrella foi o líder da equipe responsável pela descoberta do pré-sal, considerada uma das maiores descobertas mundiais de petróleo dos últimos 50 anos. Sua atuação consolidou a autossuficiência brasileira em petróleo e colocou a Petrobrás entre as maiores e mais respeitadas empresas do setor.
Parabéns, Estrella, por sua coragem, honestidade, espírito patriótico e determinação em continuar lutando pelo nosso país, apesar de tantas infâmias sofridas.
A AEPET-BA continuará se inspirando em sua vida íntegra, em seu compromisso com o Brasil e em sua coragem e patriotismo para defender a Petrobrás dos inúmeros inimigos — inclusive os internos — que seguem dilapidando o patrimônio da empresa com a distribuição de dividendos abusivos.
