Impedida de deliberar ou participar do debate sobre as demandas dos trabalhadores (as) petroleiros (as), a conselheira Rosangela Buzanelli, neste artigo, fala sobre Programa de Desligamento Voluntário (PDV) aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás. Para ela é essencial que esse processo seja conduzido com planejamento, diálogo e especial cuidado com a gestão do conhecimento. Lembrou ainda, que o PIDV de 2019 esvaziou a companhia.
A seguir o artigo:
O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou um novo Programa de Desligamento Voluntário (PDV), voltado a empregados aposentados pelo INSS antes da reforma da Previdência de 2019. O programa deve envolver cerca de 1.100 pessoas e será implementado ao longo de 2026.
Primeiramente me cabe esclarecer que, por força de lei, que caracteriza conflito de interesse, não posso deliberar nem participar das discussões relativas às demandas dos trabalhadores, tais como políticas de RH, benefícios, remuneração, relações sindicais etc. E também estão nesse “pacote” AMS, PETROS e o PDV.
Como conselheira, acompanho esse movimento com atenção, principalmente considerando nosso baixo efetivo e o devido cuidado com a gestão do conhecimento. Reconheço que o PDV é uma ferramenta de gestão de pessoas, capaz de contribuir para a renovação gradual dos quadros da companhia. No entanto, é essencial que esse processo seja conduzido com planejamento, diálogo e especial cuidado com a gestão do conhecimento.
Em 2019 tivemos um PIDV que esvaziou a companhia. Esse programa previa diferentes prazos de desligamento, considerando a criticidade do conhecimento daqueles que pretendiam deixar a empresa. Os prazos chegaram a até três anos para o desligamento a fim de permitir, dessa forma, a segura e eficaz transferência do conhecimento.
Cada trabalhador que deixa a empresa leva consigo um patrimônio valioso de saber técnico, experiência prática e compromisso com a missão da Petrobrás. Por isso, é necessário que a transição seja planejada de forma estruturada, assegurando a continuidade operacional, a segurança das atividades e a preservação da cultura e do conhecimento que fazem da companhia uma referência em competência e excelência.
A Petrobrás se fez gigante porque sempre investiu na formação de seu corpo técnico. O conhecimento, transmitido intra e intergerações, se construiu com muito investimento em formação, mas também com inigualável comprometimento e espírito de equipe.
A Petrobrás sempre se destacou pela qualificação de seu corpo técnico e pela dedicação de suas trabalhadoras e trabalhadores. Preservar esse legado é indispensável para manter o padrão de inovação, segurança e desempenho que caracteriza a empresa.
A renovação é necessária e saudável, mas deve ter como alicerce a gestão do conhecimento e o reconhecimento, o respeito e a valorização de todos aqueles que construíram a Petrobrás ao longo dessa belíssima trajetória.
