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“É um negócio como outro qualquer”, relativizou

É lamentável a declaração da presidenta da Petrobrás, Magda Chambriard, sobre a recompra da Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves, na Bahia. Ela falou durante uma coletiva de imprensa, no dia 09/08, que a RLAM não é prioridade da estatal.

Mesmo na reta final dos estudos para saber sobre a viabilidade e vantagens da recompra, chamados de “due diligence”.

A declaração de Magda pegou muita gente de surpresa, sobretudo entidades representativas da categoria, que vêm lutando constantemente pela reestatização da refinaria, como é o caso da AEPET- BA.

Segundo Chambriard, a recompra da RLAM “é um negócio como outro qualquer”, evidenciando o desconhecimento da presidente acerca dos percalços que passa o povo baiano com aumentos constantes da Acelen, empresa que administra a Refinaria, nos combustíveis após a privatização em 2021, durante o governo Bolsonaro.

“A Rlam não é a minha prioridade. A Rlam é um negócio proposto para a Petrobras como outro qualquer… Por enquanto, eu brinco com o grupo que eu estou aceitando doação”, disse.

Com o posicionamento questionável e incerto acerca da recompra da refinaria na Bahia, que é responsável por cerca de 14% de todo o refino do Brasil, Magda Chambriard abre o debate sobre o que seria ‘prioridade’ para a Petrobrás neste momento. O povo baiano merece pagar mais caro por combustíveis e gás de cozinha? Fica o questionamento à presidente.

A Acelen reajustou no dia 1º de agosto o GLP (gás de cozinha) em 10,16% para as distribuidoras e, consequentemente, repassado para os consumidores. Em março, a empresa já havia anunciado um aumento de 8%. O valor do botijão de 13kg que já estava em média a R$ 135,00, com o último aumento deve passar dos R$ 150,00, segundo estimativas do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas)

 

Posição da AEPET-BA

A AEPET-BA considera a declaração da presidenta Magda, sobre a RLAM, um ato infeliz que não traduz o senso de urgência que o presidente Lula manifestou pela reconstrução da Petrobrás. O lema de seu governo é “União e Reconstrução”.

Conclamamos aos parlamentares baianos para que se manifestem publicamente em defesa da retomada imediata da RLAM.

Já se passaram 18 meses do governo Lula e até agora os baianos só ouviram promessas de reconstrução, mas na prática muito pouco tem sido efetivado.

Se a RLAM não é prioridade, então queremos saber quais são as prioridades da gestão da presidenta Magda para a Bahia e o Nordeste? Em fins de julho, a Fafen completou um ano parada e até agora continua o imbróglio mal resolvido com o grupo Unigel; Magda também não se manifestou sobre investimentos em novas áreas exploratórias no estado e sobre os projetos de energias potencialmente renováveis.

É necessário agilidade, os consumidores baianos têm pressa em voltar a pagar preço justo nos combustíveis e no gás de cozinha, os trabalhadores têm pressa em ter de volta os empregos perdidos com a destruição da empresa no programa de desinvestimentos, no governo anterior.

A Petrobrás deve garantir a reconstrução da empresa no estado, aqui onde nasceu a indústria do petróleo, o marco zero. Caso isso não aconteça, frustrando a nossa esperança, seria uma terrível ingratidão com o povo da Bahia.


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