Na sexta-feira (25/10), a AEPET-BA trouxe à tona uma postagem no LinkedIn feita por uma gerente da área de Exploração da Petrobrás que provocou forte reação entre os trabalhadores (as). Na publicação, a gerente expressou sua visão sobre a falta de motivação e engajamento da equipe, sugerindo que a responsabilidade pela situação recai sobre os próprios empregados.
Reveja De quem é a culpa? A falácia de responsabilizar os trabalhadores e trabalhadoras pela desmotivação
A AEPET-BA destacou que a gravidade das declarações vai além de um desabafo pessoal: trata-se de uma afirmação que coloca em xeque o compromisso da própria empresa com seus trabalhadores (as), insinuando que a privatização ou a demissão seriam “soluções” para os problemas de gestão e engajamento.
Esse discurso, longe de ser inocente, reforça estereótipos negativos sobre os trabalhadores e servidores públicos, retratando-os como desmotivados, preguiçosos e ineficientes. A fala da gerente reflete uma visão neoliberal, que tende a valorizar o setor privado como sinônimo de eficiência, enquanto deprecia o setor estatal.
Após a primeira divulgação feita pela AEPET-BA, muitos trabalhadores tentaram acessar o conteúdo original para verificar a declaração, mas não conseguiram mais encontrar o link na rede social. Em resposta a essas solicitações, a AEPET-BA decidiu republicar o conteúdo da postagem e disponibilizar a tradução completa da publicação, que foi escrita em inglês.
Aguardamos que a gestão da Petrobrás se posicione sobre o assunto, esclarecendo se este tipo de visão é tolerado pela empresa ou se o RH compartilha uma postura diferente. O silêncio da gestão poderá ser interpretado como uma aprovação tácita dessas afirmações.
Confira:
Tradução:
A liderança pode falhar tanto com os líderes quanto com as pessoas que são lideradas ao mesmo tempo. O que eu quero dizer? Bem, em minha curta jornada como líder, muitas vezes volto para casa pensando em desistir da minha posição. Não porque eu ache que não sou um bom líder (estou ciente de que sou um trabalho em andamento), mas porque tenho que lidar com tantas pessoas desperdiçando seu tempo em empregos de que não gostam.
Se eu dissesse que 10% do meu time é apaixonado pelo que faz, estaria mentindo. É menos do que isso. E não acredito que mais da metade deles, embora não sejam apaixonados, pelo menos gostem do que fazem. E é tão difícil motivar as pessoas quando você vê claramente que elas estão colocando toda a sua energia na tentativa de se encaixar em algo que não é do tamanho delas.
Sinto vontade de dizer a eles para deixarem seus empregos e encontrarem seu verdadeiro propósito. Mas eu me pergunto se seria útil, porque a maioria deles nem mesmo está consciente do fato de que estão vivendo no modo copiloto.
E a triste história é que as mesmas pessoas nem são gratas pelo privilégio de ter um emprego. Eles estão lá, infelizes e culpando o sistema por sua infelicidade.
E acho que é aí que você começa a questionar seu valor como líder. Eu não posso ajudar quem não quer ser ajudado, não importa quanto poder eu tenha. E isso me machuca profundamente.
Inspiração e crédito da postagem: @AdamGrant