Compartilhe

 

A categoria petroleira está indignada com a demora da gestão do presidente, Jean Paul Prates, em resolver a situação dos trabalhadores e trabalhadoras transferidos (as) compulsoriamente, que ainda permanecem pendentes. Foi na gestão passada após o programa de desinvestimentos da empresa, com o fechamento das unidades, em especial nas regiões Norte e Nordeste, que esses empregados (as) foram deslocados das suas cidades de origem para outros estados.

Na Bahia, centenas de trabalhadores (as) da ativa, do administrativo e turno, foram transferidos para outras unidades, em especial, o Sudeste.

Esses trabalhadores (as) estão enfrentando sérios danos na saúde mental e complicações financeiras, já que muitos viajaram sem a família e precisam se desdobrar para cobrir as despesas. Para a Associação dos Engenheiros da Petrobrás, núcleo Bahia (AEPET-BA), a atual gestão está demorando em resolver a questão, apesar dos inúmeros ofícios e denúncias encaminhados pela entidade que mostram o desespero dos trabalhadores (as) e suas famílias.

Na sexta-feira (29/09), um empregado da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) transferido para a Reduc, em Duque de Caxias, no RJ, tentou suicídio. Não foi o primeiro.

A gestão da Petrobrás tem o cadastro de todos os empregados (as) que foram transferidos compulsoriamente desde 2016, portanto precisa, urgentemente, melhorar a busca ativa e investigar a situação de cada um deles. Para os casos mais graves, a intervenção deve ser imediata para prevenir mais mortes.

Inclusive, só no dia 30/09, a Petrobrás divulgou a campanha do Setembro Amarelo, que chama a atenção para a prevenção ao suicídio. Isso mostra a ineficiência da atual gestão e do RH até para falar do problema.

A AEPET-BA, que vem denunciando há bastante tempo a situação enfrentada pelos transferidos (as), convoca as federações dos petroleiros (FNP e FUP) para organizar uma mobilização nacional ainda este ano. Apesar de pautar o tema nos GTs, as federações não conseguiram avanços. Por isso, é necessário organizar uma mobilização nacional para pressionar a alta gestão e o RH.

 

Denúncia no MPT-BA

Diante da gravidade da situação, a entidade encaminhou denúncia ao Ministério Público do Trabalho, na Bahia, solicitando fiscalização do órgão.

No documento, a assessoria jurídica explica que os empregados (as), em especial das unidades do Norte/Nordeste, que foram transferidos para os estados do Sudeste, estão sob forte pressão psicológica, além de serem vítimas de assédio moral e xenofobia por serem nordestinos.

A AEPET-BA quer o retorno dos trabalhadores (as) para as unidades que estão funcionando, na Bahia,, além do acompanhamento dos casos mais urgentes e teletrabalho integral.

 

AEPET-BA reforça pedidos

Na quinta-feira (28/09), a AEPET-BA também reforçou as solicitações ao presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, a Gerente do RH, Lilian Maria Louzada Soncin, e a gerente do SMS, Lilian Monteiro Ferrari, solicitando medidas urgentes para os empregados (as) transferidos (as) compulsoriamente. Este é o terceiro ofício em menos de dois anos.

No documento, a entidade solicitou que seja dada efetiva e emergencial atenção prioritária, para as pessoas com histórico de adoecimento físico e emocional, identificando os casos para uma ação preventiva contra o suicídio, teletrabalho, acompanhamento multidisciplinar e proteção contra excesso de trabalho e assédios.

Além disso, solicitamos que para os trabalhadores (as) do administrativo que desejam retornar às suas cidades de origem, o retorno não seja especificado como de interesse do trabalhador (a), mas sim, de interesse mútuo. A empresa se responsabilizará por arcar com as despesas de mudanças e passagens referentes ao traslado do empregado e sua família para sua cidade de origem.

Aos empregados da operação que sejam igualmente classificados como de interesse mútuo e caso não tenha disponibilidade de vagas, no turno, que sejam colocados no regime administrativo com pagamento da indenização pela suspensão do regime em que estava na data do retorno, nos termos do padrão da Companhia. Também que seja assegurada uma lista de prioridades para o retorno do turno opcional de acordo ao tempo de regime de turno, do mais antigo ao mais novo.

Já que a nova gestão admite o cuidado com os empregados, como essencial, precisa resolver a situação dos trabalhadores (as) transferidos (as), oferecendo condições dignas. Solicitamos uma nova política de RH e de SMS que tenha realmente como prioridades os cuidados com os trabalhadores e trabalhadoras para evitar mais vítimas fatais na Petrobrás. Não é esse histórico que a maior estatal brasileira merece carregar.

 

Busque ajuda

Empregados e empregadas da Petrobrás que estão em condição de sofrimento devem pedir ajuda. Veja onde ter essa ajuda.

A Petrobrás divulgou o Plantão de Suporte Psicológico que está disponível 24h por dia, 7 dias por semana, pelo telefone 0800 287 2267- Opção 2 (Saúde).

O CVV- Centro de Valorização da Vida – realiza apoio emocional atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

CVV – ligue 188 (atendimento gratuito) e também disponível por chat: Chat – CVVI Centro de Valorização da Vida

CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).

 


Compartilhe