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Insustentáveis dividendos em detrimento de investimentos

Em mensagem ao mercado financeiro, a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, afirmou:

“Aos nossos investidores, garantimos o respeito à lógica empresarial, à transparência e à nossa governança. Garantimos disciplina de capital e alavancagem controlada, assegurando que faremos isso considerando os investimentos necessários ao crescimento da empresa e reconhecendo a demanda dos acionistas governamentais e privados por dividendos.”

A declaração foi feita na sexta-feira (09), logo após a divulgação dos resultados financeiros da Petrobrás no 2º trimestre deste ano. No mesmo dia, Felipe Coutinho, presidente da AEPET publicou o artigo “Política de investimentos baixos e dividendos altos é mantida pela direção da Petrobrás no 1º semestre de 2024”.

Para Coutinho, “os lucros e dividendos distribuídos hoje, são resultados dos investimentos realizados no passado. É evidente que elevar a distribuição dos dividendos, em detrimento dos investimentos, comprometerá o resultado futuro. Os números evidenciam que a distribuição de dividendos tem sido desproporcional aos investimentos. Os resultados históricos demonstram que não é possível sustentar tais políticas.”

Coutinho vai adiante e compara os números da Petrobrás e de outras grandes petrolíferas nesse primeiro semestre:

“A Petrobrás, apesar de ter a menor receita entre as seis empresas, pagou o maior montante em dividendos. Além disso, foi a petrolífera que realizou o menor investimento líquido, sendo de apenas 58% em relação à média das demais, demonstra Coutinho.

Para Chambriard, “a visão de longo prazo da empresa tem como foco os investimentos em exploração e produção e a busca pela diversificação das fontes de energia renovável. Esses dois elementos são essenciais para garantir o crescimento e a rentabilidade da empresa nas próximas décadas”.

Essa visão, segundo Coutinho, é incompatível com a atual política da alta direção da Petrobrás. E conclui:

“Dos resultados históricos e comparativos, da Petrobrás e de grandes petrolíferas, permitem-se concluir que a redução dos investimentos, a níveis insuficientes para manter reservas e produção de petróleo, as vendas de ativos rentáveis, estratégicos e resilientes à queda do preço do petróleo e seus preços conjunturalmente elevados, possibilitaram pagamentos de dividendos altos e insustentáveis pela direção da Petrobrás desde 2021 até o fim do 1º semestre de 2024.”

Fonte: Alex Prado, AEPET


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