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A morte de mais um companheiro enluta toda a categoria petroleira. A AEPET-BA lamenta a morte de João Paulo de Souza Lima, empregado da Petrobrás, lotado na unidade de Santos (SP), técnico de manutenção, 41 anos, casado, dois filhos, que morreu na quarta-feira (19/04).

Natural de Sergipe, o corpo de Paulo foi enterrado no município de Salgado, nesta quinta-feira (20/04).

O petroleiro trabalhou na CM em Carmópolis (UN-SEAL), passou pela Revap, e tinha sido transferido para Santos, onde trabalhou até seu falecimento.

Segundo informações dos próprios trabalhadores, ele estava em acompanhamento psicológico, após a transferência.

Na Bahia, muitos petroleiros e petroleiras passam pelo drama de terem sido transferidos pela Petrobrás sob as piores condições. A empresa, inclusive, foi denunciada pelo Ministério Público do Trabalho, na Bahia (MPT-BA) pela prática de assédio moral.

A AEPET-BA emitiu uma nota lamentando a morte de mais um trabalhador

As informações até agora conhecidas sobre as circunstâncias da morte do companheiro são alarmantes e serão enviados para o RH, de modo reservado. Sabe-se que tinha sido transferido.

A AEPET-BA vem solicitando a nova gestão da empresa urgência para implementar ações que tratem os problemas causados pelas transferências.  Entre os problemas, os trabalhadores enfrentam a divisão das famílias, dificuldades econômicas e efeitos na saúde física e mental, entre outros. Com a nova gestão devemos superar os tempos tenebrosos vividos pela categoria com as transferências decorrentes dos processos de venda, arrendamento ou fechamento das unidades da empresa, resultado do projeto de destruição da Petrobrás nos governos Temer e Bolsonaro.

Na Bahia, os trabalhadores e trabalhadoras também vivem o pesadelo das transferências

Muito grave é a situação dos companheiros e companheiras que, por diversas razões, precisam viajar sem a família, enfrentando todo tipo de adversidades. Ou ainda, àqueles que se encontram no chamado bate-volta, ou seja, viajam toda semana para trabalhar e retornam para suas residências.

Uma pesquisa realizada pela AEPET-BA com os trabalhadores de todo o Brasil, que investigou as consequências provocadas após o processo de transferências, mostrou a gravidade da situação. Dos pesquisados, 75,8% dos movimentados declararam que estão com a saúde mental e física extremamente impactadas. Os resultados dessa pesquisa serão divulgados, em breve.

As entidades que representam os petroleiros, na Bahia, entre elas a AEPET-BA, junto com as federações – FNP e FUP -já apresentaram sugestões ao presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, ao gerente do RH, Felipe Freitas e ao diretor de refino e gás natural, William França, que resolveriam, em parte, a situação dos trabalhadores movimentados.  Sugerimos, ainda, que o RH da Petrobrás crie um programa de apoio psicossocial para os trabalhadores que se encontram emocionalmente abalados por conta das transferências.

A nova gestão tem o dever de resolver a situação em todo o país, e se não puder fazer agora em definitivo que tome medidas provisórias para atenuar o sofrimento da categoria até que se possa pensar em soluções de mais longo prazo.

O momento é de solidariedade e de muita atenção, cuidado e acolhimento. Por isso, acolha os colegas que neste momento precisam de ajuda. Vamos dar as mãos e criar uma corrente de solidariedade e apoio. Cuide-se, cuide do seu colega, compartilhe seu sofrimento, converse com seus amigos, colegas e familiares, não fique só e não deixe ninguém só!

A AEPET-BA manifesta condolências à família, amigos e parentes de João Paulo Lima e se coloca à disposição da família.

Chega de mortes na Petrobrás!

Diretoria da AEPET-BA


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