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Sem avanços terminou a reunião de sexta-feira (26/07), entre representantes da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Sindipetro-RJ e o RH da Petrobrás que debateu o teletrabalho. Após rumores de que o regime de trabalho, adotado durante a pandemia de COVID-19, seria extinto, entidades e empregados (as) do administrativo vêm se mobilizando contra o retorno ao trabalho presencial em tempo integral.

Da reunião participaram também três trabalhadores petroleiros que, além dos seus relatos pessoais acerca da importância do teletrabalho para a saúde e o relacionamento com a família, questionaram a empresa por não regrar o teletrabalho.

Foi apresentado, ainda, um manifesto dirigido ao RH e à presidência da empresa em defesa do teletrabalho.

O manifesto apontou, de forma didática, sete pontos positivos para os trabalhadores (as) e sete pontos positivos para a empresa na adoção do regime de teletrabalho. O documento expressa que a própria Petrobrás reconhece que a produtividade aumentou com a adoção do teletrabalho, apesar da redução do efetivo, nos últimos anos.

Além disso, expressa o manifesto, o trabalho remoto contribuiu para que a Petrobrás cumpra as metas ousadas, divulgadas a sociedade, de ampliar, em seu quadro de empregados, o número de mulheres, pessoas negras e PCDs, com cotas em concurso e programas internos de mentoria e processos seletivos para cargos gerenciais.

Diz o texto que a promoção da inclusão, diversidade e equidade na empresa passa pela flexibilidade nas jornadas de trabalho “pois permite que mães, pessoas que cuidam de outras pessoas, trabalhadores que moram em periferias ou em locais distantes, e pessoas com deficiência, possam exercer suas atividades sem o prejuízo dos longos deslocamentos e do afastamento das pessoas sob seus cuidados”.

O manifesto lembra também que com o fim do teletrabalho os avanços recentemente conquistados serão perdidos, “e a Petrobras terá que responder pelo retrocesso no cumprimento dos ODS da ONU, e em tantos outros compromissos firmados junto ao mercado, aos acionistas, à sociedade”.

Já para a empresa, entre os sete pontos vantajosos, o manifesto destaca a questão dos custos operacionais com redução ou extinção de despesas com aluguel de escritórios, que é um dos maiores custos fixos para muitas empresas. A redução de riscos e sinistros é outra vantagem, pois com menos empregados se deslocando diariamente, há uma diminuição na exposição a riscos de acidentes e incidentes no trajeto, potencialmente reduzindo despesas relacionadas a seguros e compensações.

Leia aqui o manifesto – MANIFESTO TELETRABALHO

Segundo um relatório de sustentabilidade de 2023 cerca de 14% dos funcionários da Petrobrás estão em regime teletrabalho, esses do setor administrativo.

Dado a todos os rumores e falta de posicionamento da Petrobrás acerca do assunto, no dia 17 de julho o Sindipetro-RJ e a FNP organizaram uma manifestação com cerca de 250 pessoas no Edifício Senado (EDISEN), no Rio de Janeiro, sede da empresa.

É importante que a mobilização em defesa do teletrabalho se amplie para outros estados, além do Rio de Janeiro. A AEPET-BA convoca os petroleiros (as) da ativa para que se mobilizem nessa luta que é de todos.

(Com informações do Sindipetro-RJ)


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