A Petrobrás anunciou a reativação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (FAFEN-BA), em Camaçari, e da FAFEN-SE, em Laranjeiras. A retomada da produção de amônia, ureia perolada, ureia granulada e ARLA-32 até o fim de 2025 é um passo importante para a reconstrução da Petrobrás na Bahia e para a soberania alimentar do Brasil, hoje fortemente dependente de importações de fertilizantes.
O contrato de operação e manutenção (O&M), firmado com a empresa Engeman por até cinco anos, inclui também os terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu, em Candeias.
Para a AEPET-BA, a decisão representa um avanço na política industrial do Brasil, reduzindo a dependência externa — hoje em torno de 85% dos fertilizantes consumidos são importados — e fortalecendo o agronegócio nacional.
Importância estratégica da FAFEN-BA
A FAFEN-BA, inaugurada em 1971, foi a primeira indústria do Polo Petroquímico de Camaçari. Desde então, desempenhou papel estratégico para a economia baiana e para a agricultura nacional, produzindo insumos essenciais a partir do gás natural. Porém, mais de 50 anos depois, é preciso reconhecer: não basta apenas religar os equipamentos.
A AEPET-BA alerta que a fábrica precisa passar por um amplo processo de modernização tecnológica, já que se trata de uma das plantas mais antigas do Polo. Sem investimentos sérios em atualização e inovação, há o risco de que a reabertura se torne uma solução frágil e temporária, usada apenas para justificar um novo fechamento futuro sob o argumento de “inviabilidade técnica”.
Além da modernização, a entidade defende que a reativação esteja aliada a:
- Uso do gás nacional como insumo, fortalecendo a integração produtiva;
- Reintegração dos trabalhadores da Petrobrás, deslocados para outros estados após o arrendamento de 2019 para a Unigel, valorizando a experiência acumulada;
- Gestão pública com trabalhadores próprios, garantindo contratos mais justos, segurança operacional e estabilidade;
- Compromisso com uma política industrial forte e soberana, que coloque a Petrobrás a serviço do povo brasileiro.
Com a reativação da FAFEN-BA, a AEPET-BA defende que petroleiros e petroleiras tenham prioridade no retorno à Bahia, restabelecendo vínculos com suas famílias e contribuindo com sua experiência para o fortalecimento da indústria de fertilizantes no estado.
“A FAFEN-BA é estratégica não apenas para o agronegócio, mas também para a economia regional e para a soberania nacional. Defendemos que a Petrobrás traga de volta seus trabalhadores, assegurando a reconstrução da empresa na Bahia com empregos de qualidade e valorização da mão de obra petroleira”, destaca o presidente da entidade, Marcos André.
A FAFEN-BA precisa voltar a operar com força total: pública, moderna, eficiente e integrada ao Sistema Petrobrás. Só assim será possível garantir empregos de qualidade, reduzir a dependência externa, fortalecer a economia regional e assegurar que o Brasil caminhe rumo à autossuficiência em insumos agrícolas.