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Com aumento de R$ 7 Bahia continua com o segundo gás de cozinha mais caro do Brasil

Com novo aumento, o gás de cozinha compromete cerca de 10% do salário mínimo das famílias

Consumidores baianos vão ter que preparar o bolso mais uma vez. Um novo reajuste no preço do GLP (gás de cozinha), a partir desta quarta-feira (04/09), provocou um aumento de R$ 7,00 no produto.  A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas).

O sindicato informou que desta vez, o aumento está relacionado ao repasse de custos operacionais das distribuidoras e será em todo o país.

“Esse reajuste ocorrerá em todo território nacional. Desta vez não são as refinarias (Acelen e Petrobras), e sim, as distribuidoras que com o aumento dos custos operacionais repassam para o produto”, informou o sindicato.

A situação piorou com a venda da Liquigás, uma subsidiária da Petrobrás, durante o governo Jair Bolsonaro, em 2020. Empresas privadas visam apenas o lucro. Não existe preocupação social e o gás de cozinha é um item importante para os brasileiros.

Desde a sua privatização em 2020, o valor que fica com as distribuidoras e revendedoras já subiu 73%. Com o novo aumento, o custo praticamente dobrou em menos de 4 anos de privatização, chegando a 97%.

A Liquigás foi vendida para o consórcio formado pela Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás. Até ser privatizada tinha cerca de 21,4% de participação no mercado e estava presente em quase todos os estados brasileiros.

 

Como a Acelen regula o preço do gás de cozinha na Bahia?

Embora o aumento seja nacional e de responsabilidades das distribuidoras, em 1º de agosto deste ano, a Acelen, empresa que controla a Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves, aumentou em 10,16% o GLP no estado, na prática, um aumento também de R$ 7.

A empresa informou que em 1º de setembro reduziu em 2,8% o preço do GLP — redução pouco sentida pelo consumidor final, após aumentos em março e agosto. Isso porque a Acelen segue o mercado internacional, que experimentou uma leve baixa este mês.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) disse não ter informações sobre e que as distribuidoras são livres para fazer os reajustes.

Com mais esse aumento, o baiano vai continuar pagando pelo segundo gás de cozinha mais caro do Brasil, perdendo apenas para a Amazônia. Com isso, a população de baixa renda é a mais atingida e terá de buscar alternativas para cozinhar os alimentos.

Hoje o botijão de gás de 13kg custa entre R$ 135,00 e R$ 140,00 em Salvador, podendo variar por conta da margem de lucro de cada revendedor, segundo o  Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas) .

Com esse novo aumento, o preço pode passar dos R$ 150,00, levando em consideração os critérios anteriores, o valor passa então a corresponder a cerca de 10% do salário mínimo, que está em R$ 1.412,00, atualmente.

Segundo dados do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), ligado ao Governo do Espírito Santo, divulgados no ano passado,  51,6% da população baiana vivia com menos de R$ 665,02 por mês. Foram usados dados do IBGE e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) dos anos de 2021 e 2022.


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