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A Bahia volta a ser destaque no mapa dos investimentos nacionais. Amanhã, quinta-feira (09/10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda no estado para anunciar a retomada dos investimentos da Petrobrás e o fortalecimento da indústria naval e de fertilizantes.

A agenda inclui dois compromissos importantes: pela manhã, a inauguração da fábrica da BYD, em Camaçari, instalada na antiga unidade da Ford, e, à tarde, uma cerimônia no Estaleiro Enseada, em Maragogipe, onde serão anunciados R$ 2,6 bilhões em novos investimentos e a geração de 6 mil empregos diretos e indiretos.

Entre os destaques da visita está também a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN-BA), um marco para a retomada produtiva e para a reconstrução da Petrobrás na Bahia. A medida devolve ao estado a perspectiva de fortalecimento industrial, geração de empregos e desenvolvimento regional.

O evento contará com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro da Casa Civil, Rui Costa, do governador Jerônimo Rodrigues, e de executivos da BYD. No Estaleiro Enseada, o Ministério de Portos e Aeroportos deve anunciar R$ 611,7 milhões em investimentos para a construção de 80 embarcações — um impulso para o setor naval e para a formação de mão de obra qualificada.

A AEPET-BA saúda a presença do presidente Lula e o retorno dos investimentos públicos na Bahia, lembrando que o estado foi o berço da indústria do petróleo no Brasil e deve continuar sendo polo estratégico da reconstrução nacional.

No entanto, a entidade alerta que é preciso garantir que essa retomada de investimentos siga o caminho da soberania e da gestão pública direta da Petrobrás. A AEPET-BA e diversos representantes dos trabalhadores têm manifestado preocupação com o modelo de negócios da atual gestão da companhia, que vem priorizando parcerias privadas e terceirizações em unidades estratégicas, como a PBio e as FAFENs.

A AEPET-BA reforça que, para além da boa notícia da reabertura da FAFEN, ainda há questões estruturais preocupantes sobre as quais os petroleiros e toda a sociedade brasileira precisam refletir.

O modelo de gestão O&M (Operação e Manutenção), adotado em algumas unidades, esvazia a Petrobrás, transfere tecnologia e conhecimento para empresas privadas fora do Sistema Petrobrás e mantém trabalhadores terceirizados com remunerações muito inferiores às praticadas pela companhia. Esse formato fragiliza a empresa e compromete a manutenção do conhecimento técnico dentro do seu próprio corpo funcional.

Além disso, é necessário lembrar à presidenta da Petrobrás, Magda Chambriard, e à direção da empresa que a Bahia tem sido preterida em diversos serviços que, antes do golpe de 2016, eram realizados pelas unidades administrativas locais.

A AEPET-BA defende a retomada da regionalização da Petrobrás, com a reestruturação de suas operações em todo o território nacional. Somente assim fará sentido falar em uma Petrobrás verdadeiramente brasileira, pública e presente em todas as regiões do país.

Esse debate é fundamental para o futuro da Petrobrás — e será aprofundado pela AEPET-BA nos próximos dias, com foco na defesa de uma empresa pública, integrada e a serviço do povo brasileiro.

 


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